São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2006

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Para o BNDES, expansão de gastos se deve a programas sociais e à Previdência

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Em resposta às críticas da oposição sobre o aumento dos gastos do governo federal, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgou estudo em que afirma que a expansão ficou concentrada em despesas sociais, como Previdência, combate à pobreza, saúde e educação. Esse tipo de gasto representou, conforme a análise, 10,48% do PIB, em média, de 2003 a 2005. No mesmo período, o custeio ficou em 5,26%.
De 2000 a 2002, durante o governo FHC, as despesas de custeio eram de 5,6% do PIB, em média, enquanto os gastos sociais correspondiam a 9,26%.
O presidente do BNDES, Demian Fiocca, afirmou que o trabalho representa uma "resposta às críticas" que o Executivo vem sofrendo da oposição. "Não há inchaço da máquina." O que existe, acredita ele, é a expansão dos investimentos sociais, como no Bolsa-Família.
Segundo o boletim semanal "Visão do Desenvolvimento", do BNDES, os gastos sociais cresceram 13,10% no governo Lula. Em contrapartida, as despesas de custeio caíram 6,8% como proporção do PIB. "É preciso separar nos gastos correntes o que é gasto social do que é custeio", afirmou Fiocca, que participou do seminário "Pobreza e Desenvolvimento no Contexto da Globalização", organizado pelo Centro Internacional Celso Furtado.
Fiocca avaliou que os programais sociais do governo não são assistencialistas. Para ele, a política social do governo Lula tem sido acertada. Tanto é, diz, que a pobreza se mostra em "forte queda" no país. Pelas projeções do boletim, a participação dos 50% mais pobres na renda gerada pelo trabalho cresceu de uma faixa de 12% de 2000 a 2001 para 15% em 2006.
Para o economista José Roberto Afonso, especialista em finanças públicas ligado ao PSDB, é inegável que as despesas do governo cresceram sob todos os critérios avaliados, embora seja difícil diferenciar o que é despesa de custeio do que é gasto social. Ele cita o exemplo do pagamento de aposentadorias, que alguns abordam como despesas correntes e outros como investimento social. "Se formos analisar desse ponto de vista, as ambulâncias compradas pelos sanguessugas também são gasto social." Para ele, há "um retrocesso" na contabilidade da União, que tem se mostrado menos transparente.

Exaltação
Iniciativa introduzida por Fiocca à frente do BNDES, o boletim "Visão do Desenvolvimento", em seis números já divulgados, exalta, em cinco edições, dados econômicos do país durante o atual governo.


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