|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para o BNDES, expansão de gastos se deve a programas sociais e à Previdência
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Em resposta às críticas da
oposição sobre o aumento dos
gastos do governo federal, o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) divulgou estudo em que
afirma que a expansão ficou
concentrada em despesas sociais, como Previdência, combate à pobreza, saúde e educação. Esse tipo de gasto representou, conforme a análise,
10,48% do PIB, em média, de
2003 a 2005. No mesmo período, o custeio ficou em 5,26%.
De 2000 a 2002, durante o
governo FHC, as despesas de
custeio eram de 5,6% do PIB,
em média, enquanto os gastos
sociais correspondiam a 9,26%.
O presidente do BNDES, Demian Fiocca, afirmou que o trabalho representa uma "resposta às críticas" que o Executivo
vem sofrendo da oposição.
"Não há inchaço da máquina."
O que existe, acredita ele, é a
expansão dos investimentos
sociais, como no Bolsa-Família.
Segundo o boletim semanal
"Visão do Desenvolvimento",
do BNDES, os gastos sociais
cresceram 13,10% no governo
Lula. Em contrapartida, as despesas de custeio caíram 6,8%
como proporção do PIB. "É
preciso separar nos gastos correntes o que é gasto social do
que é custeio", afirmou Fiocca,
que participou do seminário
"Pobreza e Desenvolvimento
no Contexto da Globalização",
organizado pelo Centro Internacional Celso Furtado.
Fiocca avaliou que os programais sociais do governo não são
assistencialistas. Para ele, a política social do governo Lula
tem sido acertada. Tanto é, diz,
que a pobreza se mostra em
"forte queda" no país. Pelas
projeções do boletim, a participação dos 50% mais pobres na
renda gerada pelo trabalho
cresceu de uma faixa de 12% de
2000 a 2001 para 15% em 2006.
Para o economista José Roberto Afonso, especialista em
finanças públicas ligado ao
PSDB, é inegável que as despesas do governo cresceram sob
todos os critérios avaliados,
embora seja difícil diferenciar o
que é despesa de custeio do que
é gasto social. Ele cita o exemplo do pagamento de aposentadorias, que alguns abordam como despesas correntes e outros
como investimento social. "Se
formos analisar desse ponto de
vista, as ambulâncias compradas pelos sanguessugas também são gasto social." Para ele,
há "um retrocesso" na contabilidade da União, que tem se
mostrado menos transparente.
Exaltação
Iniciativa introduzida por
Fiocca à frente do BNDES, o
boletim "Visão do Desenvolvimento", em seis números já divulgados, exalta, em cinco edições, dados econômicos do país
durante o atual governo.
Texto Anterior: Lula compara Copom ao biodiesel Próximo Texto: Governo afirma que estuda forma para baratear crédito Índice
|