|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cepal aumenta previsão de expansão do Brasil para 4%
Crescimento previsto para o país fica abaixo da média da região, de 5% em 2006
Órgão ligado às Nações Unidas projeta aumento do investimento e do consumo das famílias e desempenho fraco do setor agrícola
DA REDAÇÃO
A previsão para o crescimento econômico do Brasil em
2006 foi elevada de 3,5% para
4% pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e
Caribe), órgão ligado às Nações
Unidas.
Os motivos para a melhora
na projeção foram a expansão
observada no primeiro trimestre, de 1,4% ante o quarto trimestre de 2005, e condições
macroeconômicas favoráveis,
como a queda da taxa de juros,
o cumprimento das metas de
inflação e as boas condições da
economia internacional.
A previsão anterior, de 3,5%,
havia sido feita pela Cepal em
abril. A nova projeção consta do
relatório "Estudo Econômico
da América Latina e Caribe
2005-2006", divulgado ontem.
Setores
A Cepal alerta, porém, no relatório, de que o crescimento
brasileiro será desigual. Segundo o órgão, o setor agropecuário deve crescer abaixo da média neste ano, devido à queda
dos preços internos, à apreciação do câmbio e ao endividamento dos produtores.
O órgão projeta que a indústria cresça cerca de 4% no ano,
com destaque para a produção
de bens de consumo duráveis e
bens de capital. A produção de
bens de consumo não-duráveis
e intermediários deve ter alta
menor.
De acordo com o relatório, "o
consumo das famílias deve aumentar consideravelmente.
Dois elementos devem contribuir para esse crescimento: o
aumento da massa salarial e a
contínua expansão do crédito
ao consumidor".
Para a Cepal, o aumento do
investimento no Brasil está
sendo impulsionado pelas melhores perspectivas para o crescimento e pela queda da taxa de
juros, mas ainda há condições
que levam a cautela dos empresários, como os juros ainda altos. Mesmo assim, o órgão diz
que o investimento deve ser o
componente de demanda com
a maior expansão neste ano.
América Latina
A Cepal aumentou também a
previsão para o crescimento da
América Latina e Caribe como
um todo, de 4,6% para 5%, o
que marcaria o quarto ano consecutivo de expansão da região.
O órgão diz que, "ainda que
essa taxa [de crescimento] seja
menor que a vista em outras zonas do mundo em desenvolvimento, as economias estão
crescendo com superávit em
conta corrente e saneamento
das contas públicas, o que lhes
permite reduzir sua vulnerabilidade a possíveis perturbações
externas".
O Brasil, com previsão de
crescimento abaixo da média,
não foi, novamente, destaque
entre os países da América Latina (veja quadro acima). Devem se expandir mais que o
Brasil, neste ano, a República
Dominicana (8%), a Argentina
(7,6%) e o Peru (5,8%), entre
outros.
Texto Anterior: Meios de pagamento: Cartões movimentarão 22% a mais em 2006, diz associação Próximo Texto: Trecho Índice
|