São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2006

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Cepal aumenta previsão de expansão do Brasil para 4%

Crescimento previsto para o país fica abaixo da média da região, de 5% em 2006

Órgão ligado às Nações Unidas projeta aumento do investimento e do consumo das famílias e desempenho fraco do setor agrícola

DA REDAÇÃO

A previsão para o crescimento econômico do Brasil em 2006 foi elevada de 3,5% para 4% pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), órgão ligado às Nações Unidas.
Os motivos para a melhora na projeção foram a expansão observada no primeiro trimestre, de 1,4% ante o quarto trimestre de 2005, e condições macroeconômicas favoráveis, como a queda da taxa de juros, o cumprimento das metas de inflação e as boas condições da economia internacional.
A previsão anterior, de 3,5%, havia sido feita pela Cepal em abril. A nova projeção consta do relatório "Estudo Econômico da América Latina e Caribe 2005-2006", divulgado ontem.

Setores
A Cepal alerta, porém, no relatório, de que o crescimento brasileiro será desigual. Segundo o órgão, o setor agropecuário deve crescer abaixo da média neste ano, devido à queda dos preços internos, à apreciação do câmbio e ao endividamento dos produtores.
O órgão projeta que a indústria cresça cerca de 4% no ano, com destaque para a produção de bens de consumo duráveis e bens de capital. A produção de bens de consumo não-duráveis e intermediários deve ter alta menor.
De acordo com o relatório, "o consumo das famílias deve aumentar consideravelmente. Dois elementos devem contribuir para esse crescimento: o aumento da massa salarial e a contínua expansão do crédito ao consumidor".
Para a Cepal, o aumento do investimento no Brasil está sendo impulsionado pelas melhores perspectivas para o crescimento e pela queda da taxa de juros, mas ainda há condições que levam a cautela dos empresários, como os juros ainda altos. Mesmo assim, o órgão diz que o investimento deve ser o componente de demanda com a maior expansão neste ano.

América Latina
A Cepal aumentou também a previsão para o crescimento da América Latina e Caribe como um todo, de 4,6% para 5%, o que marcaria o quarto ano consecutivo de expansão da região.
O órgão diz que, "ainda que essa taxa [de crescimento] seja menor que a vista em outras zonas do mundo em desenvolvimento, as economias estão crescendo com superávit em conta corrente e saneamento das contas públicas, o que lhes permite reduzir sua vulnerabilidade a possíveis perturbações externas".
O Brasil, com previsão de crescimento abaixo da média, não foi, novamente, destaque entre os países da América Latina (veja quadro acima). Devem se expandir mais que o Brasil, neste ano, a República Dominicana (8%), a Argentina (7,6%) e o Peru (5,8%), entre outros.


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