São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Centrais sindicais discutem eleições 2010

Força Sindical e CUT, as duas maiores centrais do país, vão discutir em seus congressos nacionais, marcados para esta e para a próxima semana, respectivamente, quem pretendem apoiar nas eleições de 2010.
A maior parte dos dirigentes da Força (ou 90% deles) deve dar apoio à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), nome mais cotado no PT para suceder Lula, caso o PSDB confirme José Serra para disputar o cargo de presidente.
"Quando o governador Serra atendeu os sindicalistas? Na greve dos policiais civis [quando houve confronto entre policiais militares e civis no final de 2008] e na dos professores da USP, deu para notar como ele trata o movimento sindical. Apoiamos quem tem ligação com temas trabalhistas", diz o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), presidente da Força.
Se o nome do governador mineiro, Aécio Neves, for o escolhido para disputar a candidatura tucana à Presidência, o cenário na Força é outro. Nesse caso, 70% dos dirigentes da Força tendem a apoiar o PSDB.
A terceira hipótese é se o deputado federal Ciro Gomes (PSB) não tiver apoio do PT para se candidatar ao governo paulista e decidir concorrer à Presidência. "Nesse caso, 30% devem defender o nome de Ciro. Dilma também teria esse mesmo percentual. E 40% dos dirigentes devem apoiar Aécio", diz Paulinho. A discussão na Força deve envolver 3.500 dirigentes de 1.600 sindicatos.
A CUT, central historicamente ligada ao PT, informa que em seu congresso o debate, que deve envolver 2.300 dirigentes, será feito sobre "projetos", e não "candidatos". Mas um fato é certo: os dirigentes são contra a candidatura Serra. "Somos contra qualquer candidato com esse perfil", diz João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT. "Qualquer candidato contra o Serra terá nosso apoio." Quintino Severo, secretário-geral da CUT, diz que Dilma é a mais "afinada" com o projeto dos cutistas.

Rotatividade no Emiliano aumentou após a crise global

A equipe de mordomia do Emiliano ficou enlouquecida após o aprofundamento da crise. A operação do luxuoso hotel em São Paulo não caiu. Pelo contrário, o trabalho cresceu, apesar do alto valor das diárias, que podem chegar a R$ 2.000.
"Como o hotel só tem 57 quartos, a ocupação não caiu, mas a crise trouxe mudança no perfil do hóspede", diz Gustavo Filgueiras, diretor-executivo.
Os executivos de bancos de investimentos, público assíduo no passado, sumiram, dando lugar a um novo tipo de investidor. "Esse setor foi compensado por pessoas que têm vindo prospectar negócios no país."
Para reduzir gastos, os hóspedes, que costumavam passar em média 4 dias no hotel, agora ficam 1,5 dia. "O tempo de permanência caiu e o número de entradas diárias subiu."
O Emiliano é famoso pelo nível de detalhamento com que personaliza seus serviços. Cada vez que um novo hóspede chega ao hotel, o quarto é arrumado de acordo com as suas preferências, que a equipe de mordomia verifica em um banco de dados que acumula informações como o tipo de chocolate preferido, o xampu adequado e o lado da cama em que o cliente gosta de encostar seu travesseiro ou os controles remotos.
O hotel teve que ganhar velocidade com a alta da rotatividade. "A operação ficou mais puxada nos últimos meses."

CIDADE JARDIM X IGUATEMI
Os shoppings Cidade Jardim e Iguatemi, dois templos do luxo em São Paulo, estão em disputa. A chegada do Cidade Jardim, onde a Baked Potato leva ovas de esturjão, obrigou o Iguatemi a retirar marcas "populares" para inaugurar lojas de grife, como a Gucci. Já o shopping Cidade Jardim segue no caminho inverso: vai abrir 60 lojas com produtos que oferecem preços mais acessíveis aos clientes. "Nós queremos atrair mais consumidores," afirma José Auriemo Neto, presidente da JHSF, dona do Cidade Jardim, que faturou R$ 7,9 milhões no primeiro trimestre deste ano. A receita registrada pelo Iguatemi, no mesmo período, ficou em R$ 26,1 milhões.

EM EXPANSÃO
A Allis, de gestão de pessoas, negocia a aquisição de duas concorrentes. A empresa também procura um local para unificar seus escritórios em São Paulo.

PRESENTE
As consultas de varejistas à Allis para contratação de trabalhadores temporários para o Dia dos Pais e para o Dia das Crianças está 25% maior do que em 2008.

FISCALIZAÇÃO
Alcides Amazonas Araújo dos Santos, coordenador da ANP (Agência Nacional do Petróleo) em São Paulo, afirma que a agência fiscaliza ao menos quatro postos por semana na capital para verificar a adulteração de combustíveis. Desde maio de 2007, foram vistoriados 2.000 postos: 148 estão interditados, 186 foram abandonados, e 481, notificados para obras de adequação predial.

TOMADA
A hidrelétrica Monjolinho (RS) deve entrar em operação comercial até o fim do mês. A capacidade da usina é de 74 MW de potência, capaz de abastecer 2% do Estado.

VALE-CULTURA
A Ticket se prepara para lançar o Ticket Cultura. A empresa quer atingir um milhão de trabalhadores no primeiro ano e movimentar R$ 600 milhões em bônus.

CALL CENTER
O vereador José Police Neto (PSDB) apresenta em agosto um projeto de "Lei do SAC" para o funcionalismo de São Paulo. A lei do SAC federal, que completou sete meses de vigência, impõe regras de qualidade a call centers de prestadoras de serviço reguladas.

PÚBLICO
A iniciativa tenta enquadrar os órgãos públicos da capital paulista aos padrões impostos pela lei. Estima-se que 91 mil servidores, 65% do total, serão afetados.

RECLAMAÇÃO
O total de reclamações contra o atendimento ao público é o segundo na lista da Ouvidoria Geral de SP. Só perde para as reclamações sobre iluminação pública. Embora o projeto não defina os padrões de qualidade ao atendimento, ele define parâmetros do atendimento.

RECLAMAÇÃO 2
A ação também abre caminho para aplicação de multas às empresas contratadas pela prefeitura, caso o atendimento não esteja de acordo com as novas regras.

com FÁTIMA FERNANDES (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI, JULIO WIZIACK e CLÁUDIA ROLI



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