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Juro menor não eleva previsão do IPCA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com o corte dos juros
promovido pelo Banco Central na
semana passada, analistas de
mercado consultados pelo próprio BC continuam a reduzir suas
projeções para a inflação. Segundo levantamento feito entre cem
bancos e empresas de consultoria
na última sexta-feira, o IPCA deve
ter alta de 9,63% neste ano.
No último dia 15, o mesmo levantamento projetava alta de
9,74% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo), que serve de referência
para as metas de inflação do governo.
Na última quarta-feira, o BC reduziu a taxa Selic de 24,5% ao ano
para 22%. A decisão surpreendeu
a grande maioria dos analistas,
que apostava num corte de 1,5
ponto percentual. A pesquisa
mostra que a expectativa do mercado é que a taxa caia para 19% ao
ano até dezembro, contra 19,8%
do levantamento anterior.
Em tese, juros menores tendem
a estimular o crescimento da economia e favorecem a alta dos preços. A meta do BC para este ano é
não deixar a inflação ficar acima
de 8,5%. Neste ano, o IPCA acumula alta de 6,85%.
A pesquisa feita pelo BC, no entanto, mostra que mesmo o corte
dos juros da semana passada deve
ser insuficiente para inverter o
quadro de um pequeno crescimento econômico, pelo menos no
curto prazo. Ao mesmo tempo
que a projeção para o IPCA recuou pela 12ª semana consecutiva, a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano também apresentou
queda, passando de 1,46% para
1,40%.
Além do IPCA, a pesquisa feita
pelo BC mostra ainda uma queda
nas expectativas relativas a outros
índices de preços. A estimativa
para o IGP-DI (Índice Geral de
Preços - Disponibilidade Interna)
recuou de 8,10% para 7,82%. Em
relação ao IPC da Fipe (que mede
a inflação na cidade de São Paulo), a projeção passou de 8,32%
para 8,24%.
Para o ano que vem, as projeções são um pouco mais otimistas. A estimativa para o crescimento da economia é de 3%, e para o IPCA, de 6,2%. A meta de inflação fixada pelo governo para
2004 é de 5,5%, com uma margem
de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Outras projeções
O levantamento mostra também que a estimativa do mercado
é que o dólar chegue a R$ 3,15 até
o final deste ano. Já o saldo da balança comercial deve atingir US$
18 bilhões -próximo da estimativa oficial de US$ 17,5 bilhões.
Já o ingresso de investimentos
estrangeiros no país, segundo a
pesquisa, deve ficar em US$ 8,3
bilhões, abaixo dos US$ 10 bilhões
projetados pelo BC.
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