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São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2003

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Juro menor não eleva previsão do IPCA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo com o corte dos juros promovido pelo Banco Central na semana passada, analistas de mercado consultados pelo próprio BC continuam a reduzir suas projeções para a inflação. Segundo levantamento feito entre cem bancos e empresas de consultoria na última sexta-feira, o IPCA deve ter alta de 9,63% neste ano.
No último dia 15, o mesmo levantamento projetava alta de 9,74% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que serve de referência para as metas de inflação do governo.
Na última quarta-feira, o BC reduziu a taxa Selic de 24,5% ao ano para 22%. A decisão surpreendeu a grande maioria dos analistas, que apostava num corte de 1,5 ponto percentual. A pesquisa mostra que a expectativa do mercado é que a taxa caia para 19% ao ano até dezembro, contra 19,8% do levantamento anterior.
Em tese, juros menores tendem a estimular o crescimento da economia e favorecem a alta dos preços. A meta do BC para este ano é não deixar a inflação ficar acima de 8,5%. Neste ano, o IPCA acumula alta de 6,85%.
A pesquisa feita pelo BC, no entanto, mostra que mesmo o corte dos juros da semana passada deve ser insuficiente para inverter o quadro de um pequeno crescimento econômico, pelo menos no curto prazo. Ao mesmo tempo que a projeção para o IPCA recuou pela 12ª semana consecutiva, a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano também apresentou queda, passando de 1,46% para 1,40%.
Além do IPCA, a pesquisa feita pelo BC mostra ainda uma queda nas expectativas relativas a outros índices de preços. A estimativa para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) recuou de 8,10% para 7,82%. Em relação ao IPC da Fipe (que mede a inflação na cidade de São Paulo), a projeção passou de 8,32% para 8,24%.
Para o ano que vem, as projeções são um pouco mais otimistas. A estimativa para o crescimento da economia é de 3%, e para o IPCA, de 6,2%. A meta de inflação fixada pelo governo para 2004 é de 5,5%, com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Outras projeções
O levantamento mostra também que a estimativa do mercado é que o dólar chegue a R$ 3,15 até o final deste ano. Já o saldo da balança comercial deve atingir US$ 18 bilhões -próximo da estimativa oficial de US$ 17,5 bilhões.
Já o ingresso de investimentos estrangeiros no país, segundo a pesquisa, deve ficar em US$ 8,3 bilhões, abaixo dos US$ 10 bilhões projetados pelo BC.


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