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Saldo com exterior registra recorde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As contas externas do Brasil registraram resultado recorde em
julho. A conta de transações correntes -que inclui os bens e serviços negociados com outros países- acumulou, nos últimos 12
meses, saldo positivo de US$
8,987 bilhões. Esse valor é equivalente a 1,69% do PIB do período.
Desde que essa estatística começou a ser calculada, em 1947,
só uma vez o superávit chegou a
1,69% do PIB: em março de 1989.
Tradicionalmente, o Brasil registra déficit nessa conta -devido,
principalmente, aos elevados gastos com juros da dívida externa.
No ano passado, porém, o aumento das exportações provocou
uma inversão nas contas. As transações correntes são formadas
pelos saldos da balança comercial
(exportações menos importações), da balança de serviços (pagamento de juros da dívida externa, gastos com viagens internacionais e remessas de lucros ao
exterior, entre outros itens) e das
transferências unilaterais (recursos enviados para o Brasil por residentes no exterior e vice-versa).
"As contas externas são, hoje,
bem menos vulneráveis do que
no passado", diz o chefe do Departamento Econômico do BC,
Altamir Lopes. Quando o saldo
de transações correntes fica negativo, o país precisa captar recursos no exterior, por meio de empréstimos ou de investimentos,
para compensar esse déficit.
É por isso que o resultado das
transações correntes é visto como
um indicador da vulnerabilidade
externa de um país: quanto mais
negativo o saldo, maior é a dependência de dinheiro estrangeiro para que as contas externas
permaneçam equilibradas.
De janeiro a julho, o superávit
ficou em US$ 6,229 bilhões (em
igual período de 2003, foi de US$
1,644 bilhão). Nesse período, o
saldo da balança comercial passou de US$ 12,453 bilhões para
US$ 18,530 bilhões. No mês passado, o superávit em transações
correntes foi de US$ 1,814 bilhão.
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