São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2004

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Saldo com exterior registra recorde

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As contas externas do Brasil registraram resultado recorde em julho. A conta de transações correntes -que inclui os bens e serviços negociados com outros países- acumulou, nos últimos 12 meses, saldo positivo de US$ 8,987 bilhões. Esse valor é equivalente a 1,69% do PIB do período.
Desde que essa estatística começou a ser calculada, em 1947, só uma vez o superávit chegou a 1,69% do PIB: em março de 1989. Tradicionalmente, o Brasil registra déficit nessa conta -devido, principalmente, aos elevados gastos com juros da dívida externa.
No ano passado, porém, o aumento das exportações provocou uma inversão nas contas. As transações correntes são formadas pelos saldos da balança comercial (exportações menos importações), da balança de serviços (pagamento de juros da dívida externa, gastos com viagens internacionais e remessas de lucros ao exterior, entre outros itens) e das transferências unilaterais (recursos enviados para o Brasil por residentes no exterior e vice-versa).
"As contas externas são, hoje, bem menos vulneráveis do que no passado", diz o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Quando o saldo de transações correntes fica negativo, o país precisa captar recursos no exterior, por meio de empréstimos ou de investimentos, para compensar esse déficit.
É por isso que o resultado das transações correntes é visto como um indicador da vulnerabilidade externa de um país: quanto mais negativo o saldo, maior é a dependência de dinheiro estrangeiro para que as contas externas permaneçam equilibradas.
De janeiro a julho, o superávit ficou em US$ 6,229 bilhões (em igual período de 2003, foi de US$ 1,644 bilhão). Nesse período, o saldo da balança comercial passou de US$ 12,453 bilhões para US$ 18,530 bilhões. No mês passado, o superávit em transações correntes foi de US$ 1,814 bilhão.


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