São Paulo, sábado, 26 de agosto de 2006

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Eleições explicam resistência americana a Doha, diz peruano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Relações Exteriores do Peru, embaixador José Antonio García Belaunde, disse ontem que as eleições parlamentares nos Estados Unidos, marcadas para novembro, explicam a resistência do país em fazer uma nova oferta de redução de subsídios na Rodada Doha, de liberalização mundial do comércio, paralisada no mês passado.
Na quinta-feira, a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, disse que seu país não fará nenhuma nova proposta. A razão da suspensão das reuniões foi a insatisfação da União Européia e dos países em desenvolvimento com a proporção dos subsídios agrícolas que os norte-americanos estão dispostos a cortar.
Em visita ao Brasil ontem, Belaunde foi convidado pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, a participar da reunião do G20, que ocorre na semana que vem no Rio de Janeiro. O G20 é o grupo de países exportadores de produtos agrícolas, liderado pelo Brasil, que defende o fim dos subsídios agrícolas e o maior acesso ao mercado agrícola dos países ricos.
Na opinião do chanceler brasileiro, a reunião da semana que vem, da qual também irá participar o diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, terá o objetivo de "dar uma mensagem de que os países em desenvolvimento não vão deixar a rodada morrer".

Tratado com os EUA
Recentemente, o Peru assinou um acordo de liberação comercial com os Estados Unidos, mas pretende obter acesso mais amplo nas negociações multilaterais. De acordo com Amorim, o tratado de livre comércio assinado entre o Peru e os Estados Unidos não prejudica as relações comerciais entre o Brasil e o Peru.
Segundo o Itamaraty, no ano passado, as exportações brasileiras para o Peru somaram US$ 932 milhões, e as importações, US$ 458 milhões. De janeiro a julho de 2006, as exportações brasileiras foram de US$ 723 milhões, e as importações, de US$ 412 milhões.
Belaunde disse que os dois governos têm interesse em promover uma "associação estratégica" entre a Petrobras e PetroPeru.


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