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Eleições explicam resistência americana a Doha, diz peruano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores do Peru, embaixador
José Antonio García Belaunde,
disse ontem que as eleições
parlamentares nos Estados
Unidos, marcadas para novembro, explicam a resistência do
país em fazer uma nova oferta
de redução de subsídios na Rodada Doha, de liberalização
mundial do comércio, paralisada no mês passado.
Na quinta-feira, a representante de Comércio dos Estados
Unidos, Susan Schwab, disse
que seu país não fará nenhuma
nova proposta. A razão da suspensão das reuniões foi a insatisfação da União Européia e
dos países em desenvolvimento com a proporção dos subsídios agrícolas que os norte-americanos estão dispostos a
cortar.
Em visita ao Brasil ontem,
Belaunde foi convidado pelo
ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, a
participar da reunião do G20,
que ocorre na semana que vem
no Rio de Janeiro. O G20 é o
grupo de países exportadores
de produtos agrícolas, liderado
pelo Brasil, que defende o fim
dos subsídios agrícolas e o
maior acesso ao mercado agrícola dos países ricos.
Na opinião do chanceler brasileiro, a reunião da semana
que vem, da qual também irá
participar o diretor-geral da
OMC (Organização Mundial do
Comércio), Pascal Lamy, terá o
objetivo de "dar uma mensagem de que os países em desenvolvimento não vão deixar a rodada morrer".
Tratado com os EUA
Recentemente, o Peru assinou um acordo de liberação comercial com os Estados Unidos, mas pretende obter acesso
mais amplo nas negociações
multilaterais. De acordo com
Amorim, o tratado de livre comércio assinado entre o Peru e
os Estados Unidos não prejudica as relações comerciais entre
o Brasil e o Peru.
Segundo o Itamaraty, no ano
passado, as exportações brasileiras para o Peru somaram
US$ 932 milhões, e as importações, US$ 458 milhões. De janeiro a julho de 2006, as exportações brasileiras foram de US$
723 milhões, e as importações,
de US$ 412 milhões.
Belaunde disse que os dois
governos têm interesse em
promover uma "associação estratégica" entre a Petrobras e
PetroPeru.
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