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PMDB cobra apoio de Lula à aprovação de nova CPMF
Partido não quer arcar sozinho com ônus político de criar tributo perto das eleições
Parlamentares da oposição iniciam movimentação contrária à chamada CSS e obstruíram as votações
nas comissões da Câmara
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PMDB, maior partido no
Congresso, negocia com o presidente Lula para que o governo apresente formalmente um
pedido de prioridade à votação
da nova CPMF, batizada de
CSS (Contribuição Social para
a Saúde).
O partido, que fechou questão a favor da criação da CSS,
não quer assumir sozinho o
ônus de aprovar aumento de
tributo na véspera das eleições.
Por isso, o discurso do presidente da Câmara e presidente
licenciado do PMDB, deputado
Michel Temer (PMDB-SP), é
que considera difícil a aprovação da CSS sem consenso.
"Acho difícil votar um novo
imposto. Há muita resistência
dos deputados", disse ontem.
No dia anterior, porém, em
encontro com Lula em São
Paulo, tanto ele quanto o líder
da sigla na Câmara, deputado
Henrique Eduardo Alves (RN),
pediram para que o presidente
leve o assunto à próxima reunião do Conselho Político, prevista para a semana que vem.
"O Lula tem que mobilizar a
base, queremos ouvir [a posição favorável] do governo. Mas
vamos votar isso neste ano",
afirmou Alves.
O novo imposto seria de 0,1%
sobre as movimentações financeiras. Está pronto para ser votado na Câmara desde o ano
passado junto com o projeto
que regulamenta a emenda 29,
destinando mais recursos para
a saúde. Se for aprovada pela
Câmara, a CSS terá de passar
pelo crivo do Senado, onde o
governo terá mais dificuldades.
O PT também concorda com
a CSS, mas ressalta que quer o
apoio da oposição para colocar
o projeto em pauta.
Secretários de saúde também
trabalham para convencer a
oposição. "Estamos lutando
para votar de qualquer forma",
disse o presidente do Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Antônio Carlos
Figueiredo Nardi, após reunião
de secretários em Brasília.
Do outro lado, a oposição deu
início ontem a movimentações
contrárias ao novo imposto.
Para impedir a votação do projeto, DEM e PSDB obstruíram
as votações nas comissões da
Câmara. "O Brasil não aguenta
mais impostos", afirmou o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Colaborou EDUARDO RODRIGUES , da Sucursal
de Brasília
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