São Paulo, quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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PMDB cobra apoio de Lula à aprovação de nova CPMF

Partido não quer arcar sozinho com ônus político de criar tributo perto das eleições

Parlamentares da oposição iniciam movimentação contrária à chamada CSS e obstruíram as votações nas comissões da Câmara

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB, maior partido no Congresso, negocia com o presidente Lula para que o governo apresente formalmente um pedido de prioridade à votação da nova CPMF, batizada de CSS (Contribuição Social para a Saúde).
O partido, que fechou questão a favor da criação da CSS, não quer assumir sozinho o ônus de aprovar aumento de tributo na véspera das eleições.
Por isso, o discurso do presidente da Câmara e presidente licenciado do PMDB, deputado Michel Temer (PMDB-SP), é que considera difícil a aprovação da CSS sem consenso.
"Acho difícil votar um novo imposto. Há muita resistência dos deputados", disse ontem.
No dia anterior, porém, em encontro com Lula em São Paulo, tanto ele quanto o líder da sigla na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), pediram para que o presidente leve o assunto à próxima reunião do Conselho Político, prevista para a semana que vem.
"O Lula tem que mobilizar a base, queremos ouvir [a posição favorável] do governo. Mas vamos votar isso neste ano", afirmou Alves.
O novo imposto seria de 0,1% sobre as movimentações financeiras. Está pronto para ser votado na Câmara desde o ano passado junto com o projeto que regulamenta a emenda 29, destinando mais recursos para a saúde. Se for aprovada pela Câmara, a CSS terá de passar pelo crivo do Senado, onde o governo terá mais dificuldades.
O PT também concorda com a CSS, mas ressalta que quer o apoio da oposição para colocar o projeto em pauta.
Secretários de saúde também trabalham para convencer a oposição. "Estamos lutando para votar de qualquer forma", disse o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Antônio Carlos Figueiredo Nardi, após reunião de secretários em Brasília.
Do outro lado, a oposição deu início ontem a movimentações contrárias ao novo imposto.
Para impedir a votação do projeto, DEM e PSDB obstruíram as votações nas comissões da Câmara. "O Brasil não aguenta mais impostos", afirmou o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).


Colaborou EDUARDO RODRIGUES , da Sucursal de Brasília


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