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MINERAÇÃO
Inco recomenda a acionistas oferta de US$ 17,7 bi da Vale
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O conselho da Inco recomendou aos seus acionistas
que aceitem a proposta de
compra feita pela Vale do Rio
Doce, de US$ 17,7 bilhões.
Após a recomendação da
produtora canadense de níquel, a Vale decidiu adiar o
prazo final da oferta para 16
de outubro -era até o dia 28
de setembro. O objetivo da
mudança é dar mais tempo
para a companhia conseguir
as autorizações dos órgãos
reguladores.
"Estamos satisfeitos que a
proposta da Vale do Rio Doce, de 86 dólares canadenses
por ação [equivalente a US$
76,9 por ação], represente
um valor convincente para
os nossos acionistas", afirmou Scott Hand, o principal
executivo da Inco.
O conselho da Inco disse
que a Vale representa um
parceiro atraente para a empresa e mencionou também
ter grande respeito pela qualidade da administração da
mineradora brasileira. O
conselho se comprometeu a
ajudar a Vale a garantir a integração entre as duas empresas e a criação, se o negócio for fechado, de uma nova
líder em mineração e metais.
A Vale já obteve autorização do órgão antitruste canadense e de autoridades americanas, mas precisa obter
ainda a aprovação do Investment Canada Act, responsável por analisar a entrada da
Vale no país, e da Comissão
Européia (órgão executivo
da União Européia).
Segundo Guilherme Marins, analista da corretora
Ativa, a notícia já era esperada, mas deixou a Vale mais
perto da conclusão do negócio. "O principal ponto positivo foi a manutenção do preço da oferta. No início, o mercado temia uma guerra de
preços, mas ela está sozinha
na disputa agora."
A aquisição da Inco representa um passo importante
na estratégia da Vale de diversificação geográfica e de
ativos. Se conseguir concluir
a operação, a companhia se
tornará a segunda maior mineradora do mundo, atrás
apenas da BHP Billiton.
Apesar da notícia favorável, as ações da empresa fecharam em baixa de 1,84%,
cotadas a R$ 37,20.
De acordo com Marins, a
queda nos preços das commodities pesou mais na avaliação dos investidores. "Os
analistas passaram a prever
uma desaceleração da economia global. A questão é o
quanto a China consegue
crescer sem um desempenho
tão favorável dos EUA."
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