São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 2006

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MINERAÇÃO

Inco recomenda a acionistas oferta de US$ 17,7 bi da Vale

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O conselho da Inco recomendou aos seus acionistas que aceitem a proposta de compra feita pela Vale do Rio Doce, de US$ 17,7 bilhões.
Após a recomendação da produtora canadense de níquel, a Vale decidiu adiar o prazo final da oferta para 16 de outubro -era até o dia 28 de setembro. O objetivo da mudança é dar mais tempo para a companhia conseguir as autorizações dos órgãos reguladores.
"Estamos satisfeitos que a proposta da Vale do Rio Doce, de 86 dólares canadenses por ação [equivalente a US$ 76,9 por ação], represente um valor convincente para os nossos acionistas", afirmou Scott Hand, o principal executivo da Inco.
O conselho da Inco disse que a Vale representa um parceiro atraente para a empresa e mencionou também ter grande respeito pela qualidade da administração da mineradora brasileira. O conselho se comprometeu a ajudar a Vale a garantir a integração entre as duas empresas e a criação, se o negócio for fechado, de uma nova líder em mineração e metais.
A Vale já obteve autorização do órgão antitruste canadense e de autoridades americanas, mas precisa obter ainda a aprovação do Investment Canada Act, responsável por analisar a entrada da Vale no país, e da Comissão Européia (órgão executivo da União Européia).
Segundo Guilherme Marins, analista da corretora Ativa, a notícia já era esperada, mas deixou a Vale mais perto da conclusão do negócio. "O principal ponto positivo foi a manutenção do preço da oferta. No início, o mercado temia uma guerra de preços, mas ela está sozinha na disputa agora."
A aquisição da Inco representa um passo importante na estratégia da Vale de diversificação geográfica e de ativos. Se conseguir concluir a operação, a companhia se tornará a segunda maior mineradora do mundo, atrás apenas da BHP Billiton.
Apesar da notícia favorável, as ações da empresa fecharam em baixa de 1,84%, cotadas a R$ 37,20.
De acordo com Marins, a queda nos preços das commodities pesou mais na avaliação dos investidores. "Os analistas passaram a prever uma desaceleração da economia global. A questão é o quanto a China consegue crescer sem um desempenho tão favorável dos EUA."


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