São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2008

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Bolsa respira com expectativa de pacote

Mercados fecham antes de impasse em Washington; Bovespa ganha 3,98%, e Dow Jones, 1,82%, puxado por bancos

Ações do setor bancário e da Petrobras ajudam a Bovespa a terminar em alta; com o mercado mais calmo, dólar recua 1,94%, para R$ 1,822

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores se animaram ontem com o Congresso americano. Abriram com o anúncio de acordo para o plano de socorro aos mercados e fecharam antes do anúncio das dificuldades para aprová-lo. Assim, a Bovespa esteve entre as Bolsas que mais se apreciaram no mundo, com alta de 3,98%.
No mercado de câmbio, a menor tensão resultou em depreciação do dólar, que encerrou em baixa de 1,94% diante do real, negociado a R$ 1,822.
A informação de que os líderes partidários nos EUA haviam chegado a acordo em torno dos pontos básicos do plano de socorro do governo Bush deixou os mercados respirarem. Em Nova York, o índice Dow Jones teve alta de 1,82%; e a Nasdaq, 1,43%.
Na Europa, as altas foram um pouco mais fortes: a Bolsa de Paris teve ganhos de 2,73%, e a de Londres se valorizou 1,99%. Na América Latina, Buenos Aires subiu 3,15%; México, 2,81%.
A Bovespa esteve em terreno positivo durante todo o pregão de ontem. No pico do dia, subiu 4,06%. No fim do pregão, marcava 51.828 pontos. Mesmo com a forte alta, a queda da Bolsa no mês está em 6,92%.
"A aprovação do pacote vai trazer alívio ao mercado. Porém, não vai significar o fim da crise, pois ainda há pontos que trazem bastante preocupação, como a desaceleração da economia mundial e os problemas que enfrenta o setor imobiliário norte-americano", afirma Álvaro Bandeira, presidente da Apimec (Associação dos Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais).
Para Bandeira, a "volatilidade vai prosseguir no mercado". "Dessa forma, é muito complicado começar a fazer previsões sobre quantos pontos a Bolsa pode atingir até o fim do ano."
O setor bancário, alvo do pacote de socorro, foi destaque em Wall Street. As ações do Morgan Stanley dispararam 9,32%, seguidas por JPMorgan Chase (7,31%) e Bank of America (3,93%). Sempre antenadas com o exterior, as ações dos maiores bancos brasileiros também fecharam com ganhos: os papéis units do Unibanco subiram 4,66%; Itaú PN se apreciou 4,02%; Bradesco PN, 3,09%; e Banco do Brasil ON teve alta de 2,70%.
Para o resultado do índice Ibovespa ontem, foi fundamental o ganho dos papéis da Petrobras, que encerraram com valorizações de 4,58% (ON) e 4,52% (PN). Na quarta-feira, a estatal anunciou a descoberta de um reservatório de gás natural e petróleo no campo de Júpiter, na bacia de Santos.
O dia de alta do petróleo também ajudou as ações da Petrobras a operarem com apreciação durante todo o pregão. Em Nova York, o petróleo fechou a US$ 108,02 (alta de 2,17%).
Entre as grandes companhias, destaque para Usiminas PNA (alta de 6,3%), Vale PNA (4,9%) e Gerdau ON (4,5%).
Na BM&F, a pressão sobre as taxas futuras de juros diminuiu, especialmente nos papéis com prazos mais longos. No contrato DI com resgate para janeiro de 2010, a taxa recuou de 14,81% para 14,72%.


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