São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2008

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Bancos médios aguardam com cautela impacto de medida do BC

TONI SCIARRETTA
DENYSE GODOY

DA REPORTAGEM LOCAL

Bancos pequenos e médios aguardam com cautela o impacto no seu caixa da flexibilização dos depósitos compulsórios, que começa a vigorar na segunda-feira. Só os bancos pequenos e médios que possuem depósitos terão um impacto significativo imediato, enquanto as instituições voltadas ao crédito sentirão um alívio de caixa apenas quando as taxas dos CDBs das grandes instituições recuarem, após acomodação no cenário externo.
Para Adalberto Savioli, diretor do Banco Panamericano e da Acrefi (associação das financeiras), não há garantias de que o aumento de liquidez resultará na diminuição imediata das taxas de captação dos bancos menores. "O custo do dinheiro subiu e a gente percebe que há uma retração. Se os bancos deixam de captar, também param de emprestar. Com certeza esse aumento de liquidez não será repassado ao consumo."
O executivo afirma ainda que, como está mais caro para as instituições financeiras captarem recursos, linhas até agora abundantes -como financiamento de automóvel e crédito consignado- devem ser também enxugadas.
Para Alexandre Assaf Neto, professor da Fipecafi, o impacto da flexibilização do compulsório demorará para chegar às taxas dos empréstimos entre os bancos, uma das principais fontes de financiamento das instituições menores.
"Na ponta da captação, eles vão ter de pagar uma taxa mais alta. Não só porque o custo está subindo, mas porque tem uma aversão maior ao risco. Hoje, o investidor vai preferir um CDB de um Bradesco e vai exigir um prêmio maior para o de um banco menor. Eles vão ter de pagar mais para captar. Esse volume de dinheiro que o Banco Central liberou, em razão dessa retração na captação, não será suficiente. Pode jogar um pouco de água na fervura, mas não vai ser suficiente", disse.
"O impacto não é tão significativo porque se trata apenas de um adiamento dos prazos do compulsório sobre leasing. Na situação atual, não muda nada", afirma Eduardo Cotrim, tesoureiro do Banco Modal.
Para Cotrim, mais importante é a indicação de que o BC está atento e "a postos" para tomar alguma atitude se as condições de crédito se deteriorarem com o desenrolar da crise.
"Como está tendo aperto de caixa, até banco grande está pagando prêmio acima do CDI. Está faltando caixa", disse Roberto Troster, da Integral-Trust.


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