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Bancos médios aguardam com cautela impacto de medida do BC
TONI SCIARRETTA
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Bancos pequenos e médios
aguardam com cautela o impacto no seu caixa da flexibilização dos depósitos compulsórios, que começa a vigorar na
segunda-feira. Só os bancos pequenos e médios que possuem
depósitos terão um impacto
significativo imediato, enquanto as instituições voltadas ao
crédito sentirão um alívio de
caixa apenas quando as taxas
dos CDBs das grandes instituições recuarem, após acomodação no cenário externo.
Para Adalberto Savioli, diretor do Banco Panamericano e
da Acrefi (associação das financeiras), não há garantias de que
o aumento de liquidez resultará na diminuição imediata das
taxas de captação dos bancos
menores. "O custo do dinheiro
subiu e a gente percebe que há
uma retração. Se os bancos deixam de captar, também param
de emprestar. Com certeza esse
aumento de liquidez não será
repassado ao consumo."
O executivo afirma ainda
que, como está mais caro para
as instituições financeiras captarem recursos, linhas até agora abundantes -como financiamento de automóvel e crédito consignado- devem ser
também enxugadas.
Para Alexandre Assaf Neto,
professor da Fipecafi, o impacto da flexibilização do compulsório demorará para chegar às
taxas dos empréstimos entre os
bancos, uma das principais fontes de financiamento das instituições menores.
"Na ponta da captação, eles
vão ter de pagar uma taxa mais
alta. Não só porque o custo está
subindo, mas porque tem uma
aversão maior ao risco. Hoje, o
investidor vai preferir um CDB
de um Bradesco e vai exigir um
prêmio maior para o de um
banco menor. Eles vão ter de
pagar mais para captar. Esse
volume de dinheiro que o Banco Central liberou, em razão
dessa retração na captação, não
será suficiente. Pode jogar um
pouco de água na fervura, mas
não vai ser suficiente", disse.
"O impacto não é tão significativo porque se trata apenas
de um adiamento dos prazos do
compulsório sobre leasing. Na
situação atual, não muda nada", afirma Eduardo Cotrim,
tesoureiro do Banco Modal.
Para Cotrim, mais importante é a indicação de que o BC está
atento e "a postos" para tomar
alguma atitude se as condições
de crédito se deteriorarem com
o desenrolar da crise.
"Como está tendo aperto de
caixa, até banco grande está pagando prêmio acima do CDI.
Está faltando caixa", disse Roberto Troster, da Integral-Trust.
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