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Desemprego em agosto é o menor do ano
Taxa cai a 7,6%, a segunda menor da série histórica; queda da inflação e aumento da formalização elevam renda, diz IBGE
Instituto estima que,
se os
efeitos da crise não
se
agravarem, taxa de
desemprego deve encerrar
ano no menor nível histórico
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego nas
seis principais regiões metropolitanas do país caiu para 7,6%
em agosto, ante 8,1% em julho.
O resultado é o segundo melhor
da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia),
iniciada em 2002.
Para o gerente da Pesquisa
Mensal de Emprego, Cimar
Azeredo, o bom desempenho
indica que o mercado de trabalho ainda não foi afetado pela
crise internacional e pelo aumento da taxa básica de juros
da economia brasileira. O resultado de agosto só não foi melhor do que os 7,4% registrados
em dezembro de 2007, mês tradicionalmente bom para o emprego.
Azeredo prevê que, se os efeitos da crise não se agravarem, a
taxa de desemprego deve fechar o ano em seu menor patamar histórico. A média de janeiro a agosto deste ano, de
8,2%, já está 1,6 ponto percentual abaixo da verificada no
mesmo período do ano passado, de 9,8%. "Só uma crise muito forte pode reverter essa tendência", afirma.
A taxa média de ocupação entre janeiro e agosto, de 52,2%
da população em idade ativa
(pessoas com idade igual ou superior a dez anos), também é
superior à do mesmo período
do ano passado, de 51,2%.
Segundo o levantamento realizado pelo IBGE, em um ano
foram criados 771 mil novos
postos de trabalho nas cidades
pesquisadas.
Entre os meses julho a agosto
deste ano, o acréscimo foi de
152 mil. O número de pessoas
ocupadas subiu para 21,820 milhões, enquanto o contingente
de desempregados caiu para
1,791 milhão.
Azeredo destaca também
que houve um movimento em
direção à formalização, que fica
clara na comparação com os
dados do ano anterior.
"Enquanto a população ocupada cresceu 3,7% em relação a
agosto de 2007, o número de
postos com carteira assinada
no setor privado subiu 5,8%",
afirma. Com o aumento, o total
de empregados formais na iniciativa privada já era de 9,55
milhões em agosto- o equivalente a 43,8% da população
ocupada nas capitais que foram
pesquisadas.
Segundo o IBGE, a maior
parte das novas vagas surgiu na
indústria e em prestadores de
serviços para empresas.
"A terceirização tem se mostrado uma porta de entrada para o emprego formal", disse
Azeredo. Ele destacou também
a maior fiscalização como um
dos motivos para o aumento do
número de empregados registrados.
Renda sobe com menos
Aliada à desaceleração da inflação, a formalização contribuiu para que a renda real média do trabalhador chegasse a
R$ 1.253,70 em agosto (alta de
2,1% em relação ao mês anterior e de 5,7% em relação a
agosto de 2008).
A alta, porém, não ficou restrita apenas àqueles com carteira assinada. Funcionários
públicos, empregados sem carteira e trabalhadores por conta
própria também foram beneficiados. Mesmo assim, a renda
ainda está 2,5% abaixo da verificada em agosto de 2002, melhor ano da série histórica nesse quesito.
Dado negativo
Outro dado negativo da pesquisa, segundo Azeredo, é que
as diferenças regionais continuam fortes. Enquanto em
Porto Alegre a taxa de desemprego foi de 5,3% em agosto, em
Salvador ela estava em 11,6%.
São Paulo (8%) e Recife (8,3%)
também apresentaram resultados acima da média nacional.
Em todas as capitais, porém,
houve queda na comparação
com o mês anterior e com agosto de 2007.
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