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Gol e Varig obtêm aval da Anac para unir operações
Empresa deve reestruturar rotas e serviço de bordo
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) aprovou, na terça, a união de Gol e Varig com a
manutenção das duas marcas
independentes. A Gol havia entrado com o pedido em julho,
pouco depois de o Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) aprovar a operação. A companhia estima em
R$ 180 milhões os ganhos com
a reestruturação da empresa a
partir da integração.
As mudanças deverão incluir
também demissões à medida
que haverá integração entre
tripulantes e rotas. Segundo
Selma Balbino, secretária-geral
do Sindicato Nacional dos Aeroviários, as demissões já começaram. "Vão cortar principalmente os aeroviários, que
trabalham nos balcões dos aeroportos. Já houve cortes no
Rio e em Guarulhos." Gol e Varig têm 16,6 mil funcionários.
Para marcar a nova etapa, a
Gol lançará uma campanha publicitária no próximo sábado
elaborada pela AlmapBBDO,
em que pretende explorar o impacto que a chegada da companhia causou no mercado. A empresa foi criada em 2001 seguindo o modelo de "low cost,
low fare" (baixo custo e baixa
tarifa). A campanha se estenderá até o primeiro trimestre do
próximo ano e será usada para
apresentar as mudanças da
companhia e os novos produtos. A imagem retrata a transformação de lagarta em borboleta e incluirá campanha em
TV, internet, cinemas, elevadores e em hotsite (www.
borboletasgol.com.br).
Segundo a Folha apurou, a
Gol estuda reestruturar o serviço de bordo. A proposta em
análise inclui o fim das barrinhas de cereais servidas nos
aviões. A companhia preferiu
não se pronunciar sobre as mudanças. A Varig passaria a atuar
principalmente em rotas em
que a demanda permite manter uma tarifa mais elevada, como a ponte aérea Rio-São Paulo e os vôos para destinos na
América do Sul. O principal diferencial entre as empresas será o maior espaço entre as poltronas nos aviões da Varig. Nos
últimos meses, a Gol investiu
na padronização da frota. Nos
aviões da Gol, as aeronaves
voarão com 184 a 187 assentos
e nos da Varig, com 168.
De acordo com especialistas
ouvidos pela Folha, a aprovação da junção deve funcionar
como uma última aposta para
reposicionar a marca Varig no
mercado. Segundo dados da
Anac, em agosto a Varig tinha
4,44% do mercado doméstico e
a Gol, 34,13%. A Gol comprou a
Varig em março do ano passado por US$ 320 milhões. Na
época, Constantino de Oliveira,
conhecido como Nenê Constantino, o dono da Gol, afirmou
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva havia pedido para
que ele salvasse a companhia.
Desde então, a Gol já investiu
mais de R$ 1 bilhão na Varig.
A proposta inicial era usar a
empresa para vôos intercontinentais, mas a alta do preço do
petróleo, a taxa baixa de ocupação dos aviões e a falta de aeronaves novas levaram a uma
mudança de planos e hoje a Varig funciona como uma "Gol
premium" com serviço diferenciado em vôos domésticos e
outros para a América do Sul.
Segundo fontes do setor, a
nova empresa deverá operar
com o CNPJ e o Cheta (Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo) da
Varig. O presidente da Gol,
Constantino de Oliveira Júnior, já havia afirmado que pretende eliminar a sobreposição
de rotas. Uma nova malha aérea deverá ser apresentada ainda no mês de outubro.
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