São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2001

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PAINEL S.A.

A culpa...
O economista Adriano Pires, 44, professor da UFRJ e um dos nomes cotados à sucessão de David Zylbersztajn na ANP, culpa o monopólio da Petrobras pelo sucesso da greve dos petroleiros. Com o monopólio, o poder de negociação dos petroleiros aumenta muito.

...é do monopólio
Segundo o economista, o monopólio da Petrobras, hoje, está concentrado principalmente na área de refino. Como as distribuidoras só podem comprar gasolina da Petrobras, os petroleiros sabem que, se pararem, irá faltar combustível no mercado. Se a greve durar mais de uma semana, isso pode acontecer.

Incertezas
Para Pires, outro fator que contribui para a greve ser bem-sucedida é o ambiente na economia, com as várias indefinições na área de energia. Na ANP não se sabe nem quem será o novo diretor-geral nem se os mandatos de dois diretores serão renovados. Na Aneel, também há indefinições na renovação de mandatos de alguns diretores.

Filme velho
Carlos Eduardo de Freitas (BC) diz que o fato de não ter havido interessados na compra da Açominas não é indício de um novo caso Copene. Na Copene, o BC precisou marcar três leilões. Os interessados haviam achado o preço alto. No leilão da Açominas ocorreu o mesmo.

Novo mercado
Novo leilão vai acontecer em novembro, com preço menor. A Açominas e a Copene eram parte do espólio do Econômico.

Cara a cara
Os fundos de pensão aproveitaram a presença de Roberto Brant (Previdência) no congresso da Abrapp para pedir a revogação da MP que trata do IR sobre os fundos. Dizem que pagam duas vezes o imposto.

Mercado promissor
O Banespa está de olho no segmento de previdência municipal. A Associação Paulista das Entidades de Previdência Municipal calcula que 180 cidades em São Paulo tenham regime próprio de previdência. Mas o número deverá subir, por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Fôlego cambial
As exportações da indústria eletroeletrônica aumentaram 8,2% em agosto, em relação ao mesmo período de 2000. Para a Abinee, um dos fatores para o desempenho foi a desvalorização do real, que tornou os produtos mais competitivos.

Descalibrado
A participação do Brasil nas exportações mundiais (menos de 1%) é desproporcional ao peso do PIB do país no mundo (de 2%). Esse será um dos temas que Antônio Correa de Lacerda, da Sobeet, vai apresentar em seminário do congresso brasileiro de executivos de finanças, amanhã e domingo, em Fortaleza.

Perto do poder
A rede norte-americana Domino's Pizza inaugura em dezembro sua primeira loja em Brasília. É parte do projeto para abrir mais 17 filiais até o final de 2002. Hoje, são 12 lojas.

Cinderela
O aeroporto de Porto Alegre, que teve recém-inaugurado um novo terminal, registrou aumento de 13,4% no número de passageiros até setembro, acima da média nacional, que é de 8%.

ANÁLISE

Extensa lista de problemas

A lista de problemas com os quais a Argentina precisa lidar se avoluma dia após dia. Há três semanas aguarda-se um novo pacote econômico. Pacote que o governo não pode anunciar antes de fechar com Províncias e bancos acordo para garantir a rolagem de dívidas. A União precisa definir ainda um novo regime de co-participação porque não tem como repassar US$ 1,364 bilhão por mês às Províncias. Fosse pouco, para analistas, são claras as divergências entre Domingo Cavallo e seu vice, Daniel Marx. Marx é partidário de saídas negociadas com órgãos internacionais. O ministro prefere a pirotecnia -evidenciada na viagem aos EUA em busca de empréstimos. No mercado, há um consenso: o último lance do governo pode ser a dolarização.

NO MERCADO

Já está perto o momento de um descolamento dos mercados brasileiro e argentino, segundo Marcelo Saddi, do BNP Paribas. "Nossa situação interna, de juros, câmbio e inflação, está relativamente tranquila. O Brasil vem sofrendo demais por conta da crise argentina."

FRASE

"A sociedade brasileira não pode ficar refém desse monopólio da Petrobras"


Adriano Pires, economista, sobre a greve dos petroleiros

NÚMEROS

43%

É a queda acumulada nos preços do café na Nybot (Bolsa de commodities de Nova York) nos últimos 12 meses.

0,69%

Foi a queda do custo da cesta básica dos paulistanos, conforme pesquisa do Procon/Dieese. O custo é de R$ 154,76.

E-mail: guilherme.barros@uol.com.br



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