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CONJUNTURA
Crescimento das transações em 2000 foi de 2%, mas OMC afirma que expansão não passará de 2% neste ano
Comércio internacional ficará estagnado em 2001
DA REDAÇÃO
Depois de uma forte expansão
de 12% no ano passado, o volume
do comércio internacional encerrará 2001 praticamente do mesmo
tamanho. De acordo com pesquisa da OMC (Organização Mundial do Comércio) divulgada ontem, a troca de mercadorias deve
crescer apenas 2% neste ano.
Mas os técnicos da OMC afirmam que a expansão pode ser
ainda menos expressiva. Segundo
o relatório anual do órgão, uma
forte freada está sendo sentida em
todos os principais blocos econômicos do planeta, e as consequências da desestabilização detonada
pelos ataques de 11 de setembro
nos EUA podem tornar o quadro
ainda pior.
O comportamento dos negócios
em termos de valor (tendo o dólar
como referência) dá uma medida
da desaceleração. No primeiro semestre de 2001, houve um crescimento de 1%, enquanto no ano
passado o comércio global tinha
saltado 12,5%. No segundo trimestre, o total negociado (sempre
em dólares) teria sido inferior a
igual período do ano passado.
A organização aponta a queda
na demanda por produtos de tecnologia da informação (como
computadores e equipamentos de
telecomunicação) como uma das
razões pela estagnação do comércio global em 2001. Outro fator é a
recessão norte-americana, que
inibiu as importações no país e
afeta países exportadores (sobretudo asiáticos).
Em uma estimativa inicial, divulgada em maio, a OMC previa
uma expansão de 7% nas transações comerciais neste ano. A venda de computadores, um elemento-chave no salto do ano passado,
deverá ser bem menor em 2001.
Mesmo a China sentiu o solavanco, e o ritmo do crescimento
de suas exportações (ainda que
elevado) perdeu fôlego. Mas, segundo a OMC, o país se mostra
resistente à desaceleração global
porque produtos de alta tecnologia têm pouco peso em sua pauta
exportações.
América Latina
A América Latina, puxada em
primeiro lugar pelo México e depois pelo Brasil, teve um bom desempenho no ano passado, ao
menos em termos de valor em dólar. As exportações da região saltaram 20% em relação a 1999, enquanto as importações cresceram
um pouco menos -16%. A OMC
cita o vigoroso crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto) mexicano e a recuperação brasileira
como sendo as principais razões
do resultado acima da média internacional.
Em termos de volume, no entanto, a América Latina cresceu
menos do que a média mundial
de 12%. O bloco exportou 9,5%
mais no ano passado. As importações cresceram num ritmo mais
acelerado (quase 12%). De 1998
para 1999, as importações da região haviam caído, devido ao choque da desvalorização do real.
Foi a primeira vez nos últimos
cinco anos que as exportações latino-americanas cresceram em
volume abaixo da média internacional.
Entre 1990 e 2000, as exportações latino-americanas se elevaram em 9,5%. A participação do
bloco nas exportações globais subiu de 4,3% (em 90) para 5,8%
(2000). O Brasil exportou 15%
mais em 2000. As vendas totalizaram US$ 55 bilhões, colocando o
país num modesto 28º lugar entre
os maiores exportadores do planeta. O México viu suas exportações se expandirem em 22%, e o
país ficou em 13º lugar entre os
maiores exportadores.
Com agências internacionais
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