São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2001

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MERCADO FINANCEIRO

Banco anuncia venda de papéis pela manhã e moeda americana entra em baixa; Bovespa sobe 2,23%

BC faz leilão e contém a alta do dólar

DA REDAÇÃO

O Banco Central acalmou o mercado ontem ao anunciar, logo no meio da manhã, que faria um leilão de papéis cambiais. A partir de então o dólar adotou trajetória de baixa para fechar o dia em queda de 1,62%, a R$ 2,717.
A moeda americana havia iniciado as negociações em alta de 0,61%, sinalizando que os mercados teriam mais um dia de nervosismo como fora a quarta-feira. O Banco Central vendeu integralmente um lote de 1 milhão de papéis cambiais de sete meses, pela taxa máxima de 7,42% ao ano. Há quinze dias o BC não fazia leilões emergenciais.
Segundo operadores, dois grandes bancos venderam dólares ontem. Um deles prevê um ingresso futuro de moeda no país, mas o mercado não sabe ao certo se e de que parte este dinheiro virá.
A Bovespa acompanhou a melhora no cenário e fechou em alta de 2,23%, em 11.723 pontos, com volume negociado de R$ 499,1 milhões. Durante o dia o comportamento das ações oscilou bastante e o Ibovespa chegou a cair 1,4%.
A Argentina continuou centralizando as atenções e voltou a prevalecer no mercado a sensação de que alguma medida será anunciada, em breve.
"A situação argentina piora a cada dia a um ponto em que eles serão obrigados a fazer alguma coisa. Não dá mais pra esperar," avaliou Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
Para Marcio Verri, estrategista-chefe do Bank Boston Asset Management, não houve nenhum fato novo, mas sinalizações de que o fechamento de um acordo está próximo. "O mercado havia caído nos últimos dias e aproveitou qualquer notícia para melhorar."
Além da ação do BC, aponta Verri, a alta das Bolsas americanas estimulou o mercado local. Nasdaq e Dow Jones haviam caído pela manhã, após a divulgação de indicadores negativos nos EUA. As duas Bolsas reverteram as perdas e encerraram em alta, com a expectativa de que o Fed (BC dos EUA) irá reduzir novamente os juros em sua próxima reunião, daqui a duas semanas.
No mercado de juros da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuro) as projeções apontaram queda das taxas. A exceção negativa foi a cotação dos títulos da dívida. O C-Bond caiu 0,81%. A taxa de risco-país do Brasil, segundo o índice Embi+, do JP Morgan, permaneceu acima dos 1.100 pontos.
(ANA PAULA RAGAZZI)



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