|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Banco anuncia venda de papéis pela manhã e moeda americana entra em baixa; Bovespa sobe 2,23%
BC faz leilão e contém a alta do dólar
DA REDAÇÃO
O Banco Central acalmou o
mercado ontem ao anunciar, logo
no meio da manhã, que faria um
leilão de papéis cambiais. A partir
de então o dólar adotou trajetória
de baixa para fechar o dia em queda de 1,62%, a R$ 2,717.
A moeda americana havia iniciado as negociações em alta de
0,61%, sinalizando que os mercados teriam mais um dia de nervosismo como fora a quarta-feira. O
Banco Central vendeu integralmente um lote de 1 milhão de papéis cambiais de sete meses, pela
taxa máxima de 7,42% ao ano. Há
quinze dias o BC não fazia leilões
emergenciais.
Segundo operadores, dois grandes bancos venderam dólares ontem. Um deles prevê um ingresso
futuro de moeda no país, mas o
mercado não sabe ao certo se e de
que parte este dinheiro virá.
A Bovespa acompanhou a melhora no cenário e fechou em alta
de 2,23%, em 11.723 pontos, com
volume negociado de R$ 499,1
milhões. Durante o dia o comportamento das ações oscilou bastante e o Ibovespa chegou a cair 1,4%.
A Argentina continuou centralizando as atenções e voltou a prevalecer no mercado a sensação de
que alguma medida será anunciada, em breve.
"A situação argentina piora a
cada dia a um ponto em que eles
serão obrigados a fazer alguma
coisa. Não dá mais pra esperar,"
avaliou Miriam Tavares, diretora
de câmbio da corretora AGK.
Para Marcio Verri, estrategista-chefe do Bank Boston Asset Management, não houve nenhum fato novo, mas sinalizações de que o
fechamento de um acordo está
próximo. "O mercado havia caído
nos últimos dias e aproveitou
qualquer notícia para melhorar."
Além da ação do BC, aponta
Verri, a alta das Bolsas americanas estimulou o mercado local.
Nasdaq e Dow Jones haviam caído pela manhã, após a divulgação
de indicadores negativos nos
EUA. As duas Bolsas reverteram
as perdas e encerraram em alta,
com a expectativa de que o Fed
(BC dos EUA) irá reduzir novamente os juros em sua próxima
reunião, daqui a duas semanas.
No mercado de juros da BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuro)
as projeções apontaram queda
das taxas. A exceção negativa foi a
cotação dos títulos da dívida. O C-Bond caiu 0,81%. A taxa de risco-país do Brasil, segundo o índice
Embi+, do JP Morgan, permaneceu acima dos 1.100 pontos.
(ANA PAULA RAGAZZI)
Texto Anterior: Copel: Ermírio pede nova data; Lerner nega Próximo Texto: Emprego: Renda do brasileiro cai 4,6% em agosto Índice
|