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Trimestre deverá ter emprego estável
DA REPORTAGEM LOCAL
O nível de emprego na indústria
brasileira deve permanecer inalterado no trimestre que começou
neste mês, apesar de ter aumentado o pessimismo dos empresários
em relação à situação dos negócios nos próximos seis meses.
É o que revela a Sondagem Conjuntural da Indústria, da Fundação Getúlio Vargas/RJ, um levantamento com 1.241 indústrias.
A sondagem mostra que o nível
de utilização da capacidade da indústria brasileira em outubro
(79,9%) é o mais baixo para esse
mês desde 93. "É reflexo do ajuste
da produção à queda da demanda, que despencou em julho", disse o economista Salomão Quadros, coordenador da pesquisa.
Em julho, 28% das indústrias
apontaram um nível fraco de demanda por produtos industriais e
6% disseram que estava forte. Essa diferença de 22 pontos percentuais permaneceu praticamente
estável em outubro (24 pontos),
com 32% das empresas classificando a demanda como fraca.
Os sinais de desaquecimento
são claros. Os estoques avolumaram-se. Em outubro, houve diferença de 18 pontos percentuais
entre os que classificaram os estoques como excessivos em relação
aos que disseram que eles eram
insuficientes. Em julho, eram 12
pontos.
Apesar disso, a expectativa em
relação a empregos está praticamente inalterada: 20% dizem que
este trimestre terá aumento de
emprego e 21% afirmam o contrário. Para o trimestre passado, 19%
das indústrias previam aumento e
igual proporção previa que haveria diminuição.
"Isso pode ser explicado pelo
processo de substituição de importações. A demanda está fraca,
mas a oferta de importados vai ter
uma queda muito mais acentuada
que a de nacionais. Pode ocorrer
uma troca dos importados pelos
nacionais", disse Quadros.
Esse quadro não altera positivamente as expectativas em relação
aos negócios nos próximos seis
meses: 35% afirmam que a situação estará melhor e 21% dizem
que vai piorar. Em julho, as proporções eram de 36% e 17%. A alta do dólar, segundo Quadros, está ligada a piora da expectativa.
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