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CONTAS EXTERNAS
BC prevê US$ 19 bi em 2001; até agora, entraram US$ 15,26 bi
Investimento externo cai 32,6% até setembro
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O volume de investimentos diretos estrangeiros direcionados
ao Brasil caiu 32,6% entre janeiro
e setembro deste ano se comparado com os primeiros nove meses
do ano passado. Neste ano, o país
recebeu US$ 15,26 bilhões em investimentos, contra US$ 22,63 bilhões em 2000.
A redução observada até agora,
no entanto, é menor do que a prevista pelo Banco Central para este
ano. Segundo as projeções do BC,
os estrangeiros irão investir US$
19 bilhões no Brasil, contra US$
32,78 bilhões no ano passado
-uma queda de 42%.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, afirma que a meta de
US$ 19 bilhões será cumprida,
apesar das incertezas surgidas
com os atentados ocorridos em 11
de setembro nos Estados Unidos,
que causaram a destruição das
torres gêmeas do World Trade
Center, em Nova York, e parte do
Pentágono, nas imediações de
Washington.
Para que esse objetivo seja alcançado, é preciso que, entre outubro e dezembro, o país receba
mensalmente US$ 1,25 bilhão em
investimentos estrangeiros. Neste
mês, até ontem, os estrangeiros já
haviam trazido US$ 977 milhões
ao país.
Projeção inicial
No início do ano, o Banco Central projetava que o Brasil iria receber US$ 24 bilhões em investimentos diretos estrangeiros neste
ano. A primeira revisão ocorreu
em junho, por causa do racionamento de energia. A instituição
mudou a estimativa para US$ 20
bilhões.
Além disso, foi feita uma modificação na metodologia usada para calcular o volume de investimentos diretos. A partir deste
ano, o BC passou a considerar como investimento os empréstimos
concedidos pelas multinacionais
estrangeiras para suas filiais instaladas no Brasil.
Dos US$ 15,26 bilhões que entraram no país entre janeiro e setembro, US$ 12,55 bilhões vieram
em investimentos propriamente
ditos. O restante chegou na forma
desses empréstimos.
A última revisão foi feita no início deste mês. Devido aos atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos, a projeção foi reduzida mais uma vez, para US$ 19
bilhões.
Importância
Os investimentos estrangeiros
são importantes para que o governo consiga cobrir parte do déficit
em transações correntes. Esse déficit é resultado, principalmente,
do pagamento de juros da dívida
externa.
Entre janeiro e setembro, o déficit foi de US$ 17,42 bilhões. No
mesmo período, os investimentos
e os empréstimos contraídos pelo
governo e pelas empresas somaram US$ 23,62 bilhões.
Balanço de pagamentos
Com esse resultado, o balanço
de pagamentos -que contabiliza
todos os dólares que entram e
saem do país- está positivo em
US$ 6,91 bilhões neste ano. Esse
superávit foi conseguido graças
aos empréstimos concedidos pelo
FMI (Fundo Monetário Internacional). O Brasil já sacou US$ 6,72
bilhões disponibilizados após
acordos com o Fundo.
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