|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil não vira Argentina, diz FMI
DA REDAÇÃO
A vice-diretora-gerente do FMI
(Fundo Monetário Internacional), Anne Krueger, afirmou que
não faz sentido comparar o Brasil
à Argentina. Segundo a economista, a política macroeconômica
brasileira é sólida e coerente e não
há o risco de o país sofrer uma crise semelhante à do vizinho.
Krueger disse ainda, durante
uma conferência na Universidade
Georgetown (EUA), na noite de
quinta-feira, que não são corretas
as análises e especulações que
apontam o Brasil como condenado à moratória da dívida externa.
"Com base no superávit primário, nas taxas de juros que o país
deverá enfrentar e nas taxas de
crescimento, as variáveis da política macroeconômica foram e são
coerentes com uma dívida sustentável e decrescente no futuro",
afirmou a diretora do Fundo.
"Na Argentina, há uma situação
de queda na produção. Está caindo porque as políticas adotadas
anteriormente simplesmente não
podiam ser sustentadas", afirmou
Krueger. "A questão não é se as
políticas antigas podem ser mantidas, porque a resposta é não."
A diretora do Fundo confirmou
também que são "reais" as possibilidade de um acordo com os argentinos ser assinado nas próximas duas ou três semanas.
"Enviamos a eles o rascunho de
uma carta de intenções que consideramos que foi negociada, e, se
eles concordarem com ela, estaremos lá", disse a economista. "Ainda há questões importantes, mas
elas podem ser solucionadas."
Uma missão argentina, chefiada
pelo secretário das Finanças, Guillermo Nielsen, viajará amanhã a
Washington na tentativa de dar
fins às últimas arestas entre o
Fundo e o governo. No meio da
semana, o ministro da Economia,
Roberto Lavagna, também se unirá aos negociadores.
"Estupidez"
O diretor do Federal Reserve de
Nova York, William McDonough, disse ontem que é "estupidez" os investidores internacionais fugirem do Brasil caso o país
decida eleger um presidente
"comprometido com a justiça social". McDonough pediu que os
investidores sejam pacientes com
o país nas próximas semanas.
"Há muita choradeira e ranger
de dentes, muita estupidez neste
país [os EUA] e em outros desenvolvidos, a respeito do que ocorreria se os brasileiros decidirem,
democraticamente, ter um presidente que acredita um pouco
mais na justiça social", disse.
Para o diretor do Fed, que já havia comparado Luiz Inácio Lula
da Silva ao ex-presidente dos
EUA Bill Clinton, uma turbulência mais séria no Brasil ecoaria em
todo o continente.
"Se os investidores forem estúpidos e disserem "Vamos reduzir
nossa exposição ao Brasil", não vai
funcionar. Nenhum país pode suportar uma fuga de capitais, incluindo este país", disse McDonough, referindo-se aos EUA.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Mercado pára à espera da eleição, e dólar cai 1,84% Próximo Texto: Malan acha que compromisso do PT é para valer Índice
|