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PREÇOS
Dólar faz Ambev, que tem 69% do mercado com as marcas Skol, Brahma e Antarctica, reajustar a tabela em 10%
Cerveja já custa mais caro desde ontem
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois da Kaiser e da Cintra,
chegou a vez da AmBev, dona das
marcas Skol, Brahma e Antarctica, subir o preço da cerveja a menos de dois meses do início do verão. O aumento será de 10% para
todas as marcas e começou a ser
praticado ontem pela companhia
para a venda ao varejo. Ninguém
da empresa, com 69% de participação de mercado, se pronunciou
sobre o assunto.
A Cintra já prepara um novo
reajuste para novembro. Em setembro, a elevação foi de 6%. "Estamos estudando uma outra correção. No total, o aumento deve
variar de 10% a 12%", diz André
Andrade, superintendente da
companhia.
O consumidor ainda pode encontrar a bebida da Ambev pelos
valores antigos em locais onde há
estoque de mercadorias compradas com base na tabela de preços
anterior ao aumento. Mas isso
não deve durar muito: bares e restaurantes têm estoque para entre
10 e 15 dias. Os supermercados,
entre 20 e 30 dias.
Com a escalada do dólar desde o
início de maio -nos últimos seis
meses a moeda americana sofreu
valorização de 56%-o custo de
produção das companhias disparou. Na cerveja em lata, por exemplo, 60% de seu custo é atrelado
ao dólar. No caso da cerveja em
garrafa, a taxa varia de 40% a 50%,
informam Cintra e Ambev.
Isso porque a cevada, o alumínio e o vidro, usado na produção,
são cotados em moeda estrangeira. Quando a cotação dispara, a
empresa paga mais pelo insumo.
A decisão de aumento de 10%
coloca ponto final numa das negociações para reajustes mais difíceis desde a subida do dólar. Redes varejistas e fabricantes já tinham definido a remarcação de
preço de alguns itens na área de
alimentos, higiene e limpeza. Mas
no caso das cervejas, as conversas
estavam enroladas -duraram
quase dois meses.
Os supermercados não aceitavam o aumento e as empresas diziam que a elevação era inevitável.
Ou faltaria produto nas lojas. A
Ambev afirmava que o último aumento havia sido em outubro do
ano passado (12% de elevação) e,
portanto, a pressão sobre os custos era elevada.
Os supermercados, por sua vez,
batiam na tecla de que a demanda
estava reprimida e novos aumentos só afastariam clientes das lojas. "Se o mercado se retrair mesmo e não vendermos, paciência.
Vai se fazer o quê?", diz Andrade.
Cerveja "sem bafo"
Além de aumentar os preços, a
Ambev ainda lançou nesta semana uma cerveja com preço mais
amargo. É a Skol Beats, com design semelhante ao das bebidas
classificadas como "Ice" (aquelas
vendidas com mistura de uísque e
energéticos). O lançamento da
Ambev tem preço sugerido de R$
1,39 a R$ 1,59.
A companhia diz que a cerveja
não deixa hálito nos consumidores. Apenas um "odor discreto".
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