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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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Delator diz ter sofrido atentado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-integrante do suposto cartel de empresas de segurança privada, Rubem Baz Oreli, e seu funcionário Alexandre Luzardo da Silva afirmam que sofreram atentados depois de denunciar o esquema para fraudar as licitações do seu Estado.
Oreli enviou à Folha um fax com um boletim de ocorrência, datado de 30 de julho de 2002, um dia depois de fazer a primeira denúncia sobre o cartel à imprensa local. No boletim está registrado que Oreli, hoje dono da empresa de vigilância Antares, recebia telefonemas anônimos com ameaças de morte.
Segundo o empresário, seu carro já foi alvejado. "No ano passado, sofri três visitas na tentativa de intimidação à força, para matar", diz Oreli. Luzardo afirma ter enfrentado o mesmo tipo de problema. Mesmo com as ameaças, os dois preferiram recusar a segurança oferecida pela SDE (Secretaria de Direito Econômico).
"Eu uso o meu esquema de segurança, nada do governo", disse Luzardo. Segundo ele, seria preciso mudar todo o seu estilo de vida caso aceitasse a proteção do Estado. A última vez que Oreli teria participado como membro do cartel foi em junho de 1994, quando era encarregado de uma empresa em Porto Alegre. Ele comprou a Antares em 2000.
Entre as ameaças, Oreli e Luzardo receberam convites para voltar a integrar o cartel. "Fui chamado para a mesa. Ninguém fala em cartel, é proibido a palavra cartel. Eles falam em ir à mesa."
Segundo Luzardo, os participantes do cartel tentavam convencê-los a se retirar de licitações e prometiam benefícios caso voltassem para "a mesa".
Oreli afirma que resolveu delatar o esquema de fraudes porque não conseguia mais trabalhar. Antes de comprar a Antares, o ex-integrante teve uma outra empresa, que faliu. "Eu tinha montado uma antes, e o cartel conseguiu me fechar", diz ele.


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