São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Vale estatal teria optado por estratégia diferente, diz Roger

A compra da canadense Inco pela Vale do Rio Doce, tornando-a a segunda maior mineradora do mundo, é o melhor exemplo de que o debate que se instalou na campanha presidencial do segundo turno a respeito da privatização foi de natureza puramente ideológica.
Desde 1997, quando foi privatizada, os avanços foram evidentes. O valor de mercado subiu cinco vezes: de US$ 9 bilhões para US$ 60 bilhões. Com a Inco, seis vezes: o valor aumenta para US$ 77 bilhões.
A produção triplicou: de 100 milhões de toneladas de minério de ferro para 300 milhões de toneladas. O número de funcionários saltou de 11 mil para 40 mil. A Vale, que estava presente em apenas dois países, hoje está em 18.
Se não tivesse sido privatizada, o presidente da Vale, Roger Agnelli, diz que a estratégia da empresa teria sido diferente. "Foi a privatização que fez a empresa ganhar velocidade e dinamismo para levar adiante seu plano de desenvolvimento", afirmou. "O debate na campanha foi muito ideológico."
Para Agnelli, o passo dado pela Vale, ao se tornar uma empresa global, deve inspirar outras grandes companhias no país a se internacionalizarem. "O mundo hoje é muito pequeno. É preciso que as empresas cresçam e olhem para fora", afirmou. "Um grande país não se faz sem grandes empresas."
Agnelli diz também que não se preocupa com o resultado das eleições de domingo. Seja quem for o vencedor da eleição, a Vale será apoiada pelo governo. "Trata-se de uma empresa comprometida com o desenvolvimento, que respeita o ambiente, gera emprego e contribui para o balanço de pagamentos", diz ele.
Segundo Agnelli, a Vale manterá todos os investimentos previstos, inclusive na área de níquel, onde a Inco é a segunda maior do mundo. Ele disse que, até o final do ano, deverão ser consolidados os investimentos para os anos de 2008 e 2009. Para este ano, a Vale investe US$ 4,5 bilhões.
Agnelli também não demonstra preocupação com o fato de a Vale ter se endividado para a aquisição da Inco. Ele prevê que, em dois anos, a companhia volte à mesma situação que se encontrava antes da compra da Inco. "Em alguma hora tínhamos que usar o crédito que construímos em todos esses anos."

NO PULSO
Acaba de desembarcar no Brasil a nova coleção Pilot de relógios da suíça IWC (International Watch Company). O portador é o francês Maxime Ferte, diretor da empresa para a América Latina e Caribe, que, entre dez modelos, trouxe um exemplar do relógio que homenageia o escritor e piloto Antoine Saint-Exupéry. "Gostamos de nos associar a nomes fortes como o dele. Não queremos celebridades. Para a gente, a estrela é o produto", diz Ferte. Ao todo, apenas cinco unidades em aço (US$ 4.500) e uma em ouro (US$ 14,9 mil) foram reservadas para o Brasil. A marca de relógios, famosa pela qualidade e por não inovar no design, faz cerca de 50 mil relógios por ano. Desses, apenas 200 vêm para o país.

ALÔ, PREGÃO
A Cellbroker, empresa de transmissão de dados financeiros on-line, em parceria com a Motorola e a IBM, passará a enviar informações da Bovespa e da BM&F para celulares. O aplicativo foi feito para atender investidores individuais que aplicam em Bolsa.

LUMINOSO LIVRE
A recém-aprovada lei municipal antipoluição visual não deve abalar o letreiro luminoso do Itaú, do qual faz parte um relógio e um termômetro, que adorna o Conjunto Nacional, na av. Paulista. Em abril de 2005, o prédio foi tombado pelo Condephaat. Segundo Valentim Sola, da Publitas Mídia Exterior, responsável pelo luminoso desde 1975, o órgão e a prefeitura já disseram que o objeto não será removido, pois foi incluído como parte do prédio no tombamento.

FUMAÇA BRANCA
O governo brasileiro tem recebido sinais positivos da missão que está em La Paz negociando os contratos da Petrobras com a Bolívia. A expectativa é que o acordo seja fechado até sábado.

PRÊMIO
Roger Agnelli (Vale) receberá hoje à noite, em São Paulo, o prêmio de melhor empresa do ano em evento promovido pela revista "Isto É Dinheiro".

SEM FUNDOS
O índice de cheques sem fundos no Brasil subiu 13,08% de janeiro a setembro de 2006, comparado ao mesmo período de 2005, segundo a Telecheque.


Próximo Texto: 81% da receita federal vem do Sul e Sudeste
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.