São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2007

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Desemprego tem menor taxa do ano

Índice recua a 9% a setembro; IBGE atribui resultado ao aumento de contratações em São Paulo

Para analista, indústria puxa criação de vagas, em razão da demanda do fim de ano; renda cresce 0,3%, após três meses de queda

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de desemprego das seis principais regiões metropolitanas recuou para 9% em setembro, o menor patamar registrado neste ano, mas ainda acima dos 8,4% apurados em dezembro do ano passado. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o resultado reflete a maior absorção de pessoas no mercado de trabalho.
"São Paulo concentrou grande parte do contingente de pessoas que entraram no mercado de trabalho em setembro. O Estado foi um dos principais responsáveis pelo comportamento do indicador", disse. No mês passado, houve um aumento de 201 mil pessoas na população ocupada. Desse total, 144 mil foram empregadas na região.
Segundo Fábio Romão, da LCA Consultores, o aumento das contratações em São Paulo está ligado ao crescimento industrial. Parte da criação dessas vagas ocorre por conta das contratações para a entrega de encomendas no fim do ano.
Em setembro, houve um aumento de 4% no número de pessoas ocupadas na indústria de São Paulo, o que representa um acréscimo de 72 mil pessoas. Nas atividades de educação, saúde e administração pública em São Paulo, o aumento foi de 4,3%, equivalente a mais de 53 mil pessoas.
Na comparação com agosto, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas recuou 0,5 ponto percentual. Em setembro do ano passado, o desemprego era de 10%. Para o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o resultado de setembro pode ser considerado positivo, mas não mostra uma "melhora extraordinária" do quadro de emprego urbano do país. "É reflexo muito mais de um fenômeno sazonal dessa época do ano, associado à proximidade do maior nível de atividades próprio de fim de ano."
Na avaliação de Romão, com a percepção de melhora no mercado de trabalho e a criação de mais empregos com carteira assinada, houve um crescimento no número de pessoas em busca de trabalho nos últimos meses. Em setembro, houve um aumento de 1,1% na ocupação e de 0,3% na população economicamente ativa, que mede o volume de oferta de trabalho. "Agora, o mercado de trabalho está conseguindo absorver num ritmo mais acelerado", disse.
Nos primeiros nove meses do ano, a taxa média de desemprego ficou em 9,7%, o menor patamar desde o início da série histórica, em 2002. O IBGE estima que a média de desemprego do ano também será a menor da série.
O rendimento médio real teve alta de 0,3% na comparação com agosto e ficou em R$ 1.115, após três meses seguidos de queda. O desempenho é considerado estável pelo IBGE. Em relação a setembro de 2006, a alta foi de 2,5%.
O IBGE atribuiu o ritmo lento de expansão do rendimento ao comércio, que teve queda de 2% em relação a agosto.


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