São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lucro do Santander no país cai 14,7% no 3º trimestre

Para banco, comparação com um período de fortes ganhos em 2006 explica a queda

No acumulado do ano, banco tem alta de 53% no resultado; lucro do grupo no Brasil cresce em ritmo maior do que no resto do mundo

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O banco Santander, que selou no início do mês a compra do ABN Real, abriu ontem a temporada de balanços do setor financeiro no terceiro trimestre, período marcado pela crise nos mercados globais, reportando queda no lucro.
O banco teve lucro líquido de R$ 355,6 milhões de julho a setembro deste ano -14,72% menos do que os R$ 417 milhões registrados no terceiro trimestre de 2006. No acumulado do ano, no entanto, o Santander soma ganho de R$ 1,35 bilhão -53% mais do que no mesmo período do ano passado.
Segundo José Paiva Ferreira, vice-presidente executivo de Negócios e Marketing, a queda no lucro no trimestre passado não está relacionada à turbulência nos mercados, que derrubou o resultado de bancos americanos por conta da crise imobiliária nos EUA.
"Nós tivemos um trimestre muito bom, mas no [terceiro trimestre do] ano passado o resultado havia sido excepcional. Não tivemos nenhum problema no mercado", disse.
O banco atribui o bom resultado no acumulado do ano ao crescimento de suas operações no varejo, especialmente com pessoa física e pequenas e médias empresas. Só a carteira de crédito do Santander cresceu 26%-acima dos 20% da média do mercado. Em setembro, a carteira somava R$ 40,929 bilhões -sendo R$ 14,75 bilhões para pessoa física, que teve alta ainda maior, de 30%.
De janeiro a setembro, o Santander elevou em 20,5% sua receita com serviços, que inclui tarifas bancárias, chegando a R$ 2.474 bilhões. Os serviços foram mais do que suficientes para cobrir a despesa com pessoal, que somou R$ 1,402 bilhão -praticamente estável em relação a 2006.
O ritmo de crescimento do lucro do Santander no Brasil, país em que decidiu investir mais US$ 17 bilhões só com a compra do Real, é também superior ao que o banco obtém no restante do mundo. O Santander reportou um lucro mundial acumulado no ano de 6,572 bilhões, valor 33% maior do que no mesmo período do ano.
Sem o ABN Real, que deve ser incorporado em três anos, o Brasil já responde por 11% do lucro mundial do Santander e por 34% no da América Latina -soma 699 milhões no ano.
Fora da América Latina, o Santander só lucra mais em termos absolutos na Europa continental, que responde por 54% de seus ganhos -na Espanha, a área de banco comercial teve lucro antes de impostos de 2,896 bilhões no ano.
Com a incorporação do Real, o Santander espera chegar em breve a um lucro apenas 25% menor do que os de Itaú e Bradesco, que somaram R$ 4,016 bilhões e R$ 4,007 bilhões respectivamente no primeiro semestre. À época, o Real lucrou R$ 1,261 bilhão e o Santander, R$ 1.002 bilhão.


Texto Anterior: Tensão: OHL pode perder contrato de 248 milhões de euros na Argélia, diz jornal
Próximo Texto: Operação X-9: Polícia prende seis doleiros que atuavam na Grande SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.