|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Preços dos imóveis não param de cair
DO ENVIADO ESPECIAL À CALIFÓRNIA
O estrago causado pelo setor imobiliário ainda está
longe do fim na Califórnia.
Em setembro, mais de 40%
de todas as residências comercializadas na região da
baía de São Francisco pertenciam a ex-mutuários que
ficaram inadimplentes.
O comportamento do mercado local também é um indicativo de que os preços das
residências no resto dos EUA
ainda têm espaço para cair
ainda mais, o que só piora a
dimensão da atual crise.
Nas três principais cidades
da Califórnia, Los Angeles,
São Francisco e San Diego, os
preços das casas caíram 30%
em relação à média de 2006.
Na média nacional, a queda
ainda não chegou a 20%, segundo o índice S&P Case-Shiller, que acompanha duas
dezenas de grandes cidades
nos EUA. Nas menores, as
quedas de preço são significativamente maiores.
"Tem sido um desafio e
tanto viver nesse mercado",
diz Katina Umpierre, corretora de imóveis há quase
uma década na região de São
Francisco. Umpierre afirma
que o seu próprio imóvel, adquirido em 1998, vale hoje os
mesmos US$ 189 mil pagos à
época. "Há dois anos, valia
quase US$ 500 mil."
A corretora Lloiden Gaza,
baseada em Stockton, diz
que começa a enxergar alguma luz no fim do túnel desse
mercado. Segundo ela,
Stockton tem hoje 2.482
imóveis à venda (um recorde) e a maioria de ex-mutuários inadimplentes.
"Mas, com os preços tão
baixos, os compradores começam a aparecer", diz.
Segundo ela, só há dois tipos de cliente, os que pagam
à vista e os que não têm dinheiro algum e se valem de
uma linha federal de crédito
que permite uma entrada de
só 3% do valor do imóvel.
Outro problema em várias
cidades com muitos imóveis
retomados é que a maioria
dos que perderam suas casas
está indo para residências
alugadas, criando bairros inteiros só de locatários, o que
acaba desvalorizando ainda
mais essas regiões.
Entre as medidas de resgate ao setor financeiro, começa a amadurecer a idéia de
um plano para salvar mutuários inadimplentes. O candidato republicano John
McCain, por exemplo, propôs linha de crédito de US$
300 bilhões para eles, mas
está em estudo algo mais modesto, de US$ 40 bilhões.
O grande problema não resolvido até agora é quem resgatar, pois a linha vai acabar
ajudando não apenas pessoas que perderam seus empregos e que estavam financiando imóveis compatíveis
com seus orçamentos, mas
principalmente pessoas que
não tinham a menor condição de comprar os imóveis
que adquiriram. Nessa categoria está cerca de 1,5 milhão
de norte-americanos.
Em muitos casos, a estratégia das imobiliárias é colocar os preços dos imóveis no
mercado em níveis muito
baixos, verdadeiras pechinchas, para atrair muitos
compradores e, com isso, colocá-los em competição para
subir os valores.
(FCZ)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Colapso na Bolsa ameaça renda de aposentados Índice
|