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Para China, pacotes de socorro ainda são insuficientes
No término da cúpula Ásia-Europa, Wen Jiabao elogia as medidas anunciadas, mas pede maior supervisão dos mercados
Nos EUA, Bush defende que práticas de livre mercado contribuem ao crescimento; pacote de socorro agora deve ajudar seguradoras
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O primeiro-ministro chinês,
Wen Jiabao, disse ontem que
os pacotes de resgate dos países
desenvolvidos "ainda não são
suficientes" para estabilizar o
sistema financeiro e defendeu a
supervisão das atividades financeiras para "maior segurança" do sistema.
"O desenvolvimento da economia fictícia deve ser equilibrado com a economia real para evitar que os problemas da
fictícia afetem a real", disse em
entrevista coletiva, no encerramento da 7ª Cúpula Ásia-Europa, realizada entre sexta e ontem na capital chinesa, com líderes de 45 países.
"Estamos contentes que tantos países tenham feito esforços e atingido alguns resultados
para estabilizar os mercados,
mas vemos que não é suficiente", comentou Wen.
Nas últimas semanas, governos europeus, como o britânico, o alemão e o francês, sem
contar os EUA, anunciaram
planos de resgate ao setor financeiro. As medidas vão da
ampliação das garantias a depósitos bancários até injeção de
capital nos bancos em dificuldades e compra de títulos "podres" (de má qualidade).
Wen frisou a importância de
uma relação "harmoniosa e
equilibrada" entre consumo e
poupança, ou acumulação de
riqueza, para manter em ordem a estabilidade econômica.
E disse que a crise no crédito
teve efeito limitado na China.
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, presente à coletiva,
disse que europeus e asiáticos
devem chegar unidos e com
consenso à cúpula global sobre
a crise financeira em Washington, no próximo dia 15.
Nos EUA, o presidente George W. Bush expressou ontem
visão semelhante em seu programa semanal de rádio. Segundo ele, será essencial que os
governos consigam chegar a
um acordo sobre princípios comuns na reforma de normas, a
fim de evitar crises futuras.
Mas defendeu que os países
que participarão da cúpula não
abandonem o que classificou
como "fundamentos do crescimento de longo prazo": a liberdade dos mercados, empresarial e no comércio exterior. A
falta de regulamentação nos
mercados é apontada como a
maior causa da crise atual.
Socorro a seguradoras
O próximo passo da Casa
Branca na crise deve ser estender às seguradoras o pacote de
ajuda de US$ 700 bilhões (sem
contar as desonerações previstas). Ontem, jornais americanos davam a medida como certa, em mais uma alteração desde a aprovação do pacote pelo
Congresso, no início do mês.
A exemplo do que já ocorreu
com bancos, seguradoras como
a MetLife e a Prudential estão
interessadas em vender parte
de suas ações em troca de uma
injeção de recursos, noticiou o
"Wall Street Journal".
Com a Redação
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