São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Usuário vai pagar, diz associação de terminais

DA REPORTAGEM LOCAL

A imposição de novos contratos vai elevar mais uma vez o custo portuário para os usuários. "Vai haver repasse para os clientes. O dono da carga sempre paga", reagiu Wilen Manteli, diretor-presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários).
Segundo ele, não faz sentido o governo federal querer "em plena crise" aumentar os custos dos portos.
Para a associação, o governo falha ao não perceber que a prioridade não é elevar os custos, mas promover uma reestruturação completa das companhias docas.
A Codesp, segundo ele, deveria se concentrar na negociação do brutal passivo trabalhista, na limpeza da área portuária com a alienação de equipamentos obsoletos e na reorganização para abertura de capital, algo que faz parte do projeto da companhia.
"A autoridade portuária precisa primeiro ganhar a confiança das empresas que operam no porto. Depois de promover essa reestruturação, a Codesp poderia chamar os terminais para negociar os contratos, não antes", afirmou.
No aspecto operacional, avalia o diretor-presidente da ABTP, o porto de Santos precisa fazer a dragagem de aprofundamento para 15 metros e o alargamento do canal de navegação dos atuais 150 metros para 220 metros.

Conta gigantesca
Há dois meses, a Codesp recebeu mais uma conta salgada do sistema previdenciário dos portuários, o Portus.
Agora o valor atinge os R$ 700 milhões. Isso equivale a quase um ano e meio de receitas da companhia. "A Codesp está fazendo a auditoria nesse valor", disse.
Para os terminais, ampliar as receitas da Codesp não resolve, se não houver uma reestruturação da companhia. Além dessa nova conta apresentada pela Portus, a direção da Codesp responde a processos civis e trabalhistas que, somados, representam um valor de R$ 180 milhões.
A empresa também alega que, apesar das dívidas, tem um crédito estimado em R$ 500 milhões. (AB)


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