São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Crédito indica firme retomada do consumo

O crédito pessoal volta aos níveis pré-crise e aponta para um forte aquecimento, neste final de ano, do mercado de produtos da linha branca (como geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa), de eletroeletrônicos, materiais de construção e móveis.
O maior volume de crédito concentra-se no financiamento de carros e no crédito consignado. Dos R$ 450 bilhões movimentados pelo crédito à pessoa física, R$ 150 bilhões são de financiamento a automóveis; R$ 151 bilhões, de crédito consignado e crédito pessoal; e R$ 25 bilhões de cartão de crédito.
Só na última modalidade, apesar da crise, a alta foi de 23%, segundo a Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento). "Boa parte do CDC (crédito direto ao consumidor) migrou para o consignado", diz Adalberto Savioli, presidente da associação.
Savioli observa um movimento de redução da inadimplência em todas as modalidades de crédito pessoal, exceto no cheque especial, cuja taxa subiu de 11,3% para 11,7% em julho em relação ao período anterior. No CDC, o atraso de 90 dias nos pagamentos caiu de 15,2% para 14,8%.
A financeira Losango registra queda da taxa de inadimplência no CDC de 5,4% em agosto de 2008 para 4,5% no mesmo mês deste ano.
Com faturamento de R$ 200 milhões em agosto último pelas vendas por meio de CDC na rede de comércio varejista, a modalidade oferecida pela empresa cresceu 12% em agosto deste ano na comparação com julho.
Outro indicador da recuperação está na comparação do crescimento das vendas por meio de CDC no Dia das Mês deste ano com o do ano passado, que foi de 5% em meio à crise, e o Dia dos País, já em curva de melhoria dos negócios, que foi de 6,5%.

Apex-Brasil assume posição de líder regional

O Brasil foi eleito para representar a Rede Ibero-Americana de Organismos de Promoção Comercial, associação que reúne agências de 22 países, por dois anos. A Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, assumiu a presidência da entidade na última sexta, no México.
A meta da Apex no comando da instituição é intensificar o comércio entre os países da América Latina e da Península Ibérica, segundo Mauricio Borges, diretor de negócios da agência.
Ao assumir a presidência da rede, o Brasil dá mais um passo para se firmar como líder regional, afirma Borges. "A imagem do Brasil no exterior está muito boa hoje, e os países da região querem colar no país para também conquistar oportunidades."
A agência realizou 648 eventos de promoção do país entre janeiro e setembro deste ano, como missões comerciais, participações em feiras internacionais e prospecção de mercados.
O número de empresas atendidas pela Apex soma cerca de 7.500. "Eles querem apoio para se internacionalizar e buscar novos mercados", diz Borges.

SUSTENTÁVEL E BARATA

Cerca de 200 empreendimentos em todo o país terão certificado Leed, da sigla (Liderança em Energia e Design Ambiental) em inglês. A expectativa é de Juan Quirós, presidente do Grupo Advento, da área de construção. Quirós, que também é vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), será o representante do Brasil no Conselho da Agenda Global para o Futuro da Construção Sustentável, do Fórum Econômico Mundial. A primeira reunião do Conselho, que visa a identificar e monitorar as principais questões que afetam o setor de construção e engenharia no cenário internacional, será entre os dias 20 e 22 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes. "Os prédios "verdes", com sustentabilidade, reduzem de 24% a 50% o consumo de energia elétrica, além de 40% de água potável. Fica mais barato quando se agrega tecnologia", diz Quirós.

DESMATAR MENOS GERA RECEITAS PARA O PAÍS
A redução de emissões por desmatamento pode render uma receita entre US$ 8 bilhões e US$ 16 bilhões por ano para o Brasil. O cálculo é do presidente da Abemc (Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono), Flávio Gazani. A associação, da qual participam grandes empresas de energia) quer que o governo inclua os mecanismos do Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) nas propostas do país para a Conferência de Copenhague, em dezembro. Para Gazani, é importante criar mecanismos mistos de financiamento, com participação privada, quanto de gestão pública, incluindo o Funco Amazônia, gerido pelo governo. "É fundamental que o Redd tenha também a participação do mercado", diz.

EM ALTA

A previdência privada aberta registrou em agosto captação de R$ 3,089 bilhões, segundo dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). Trata-se de um aumento de 34,35% ante o mesmo mês do ano anterior. O volume de depósitos no sistema não atingia crescimento percentual tão elevado no mês desde 2004.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI

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