|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Setor pede incentivos e teme perda de competitividade global
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A indústria da mineração
avalia que qualquer mudança
na tributação precisa ser analisada pensando no custo Brasil e
na competitividade do mercado internacional. O saldo da balança comercial do setor foi de
US$ 13 bilhões no ano passado,
52% do superavit total do país.
"Temos que discutir outros
encargos e equalizar a carga tributária", avaliou Paulo Camillo
Vargas Penna, diretor-presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração). "O Brasil
vende minério principalmente
para a China, que também é
abastecida pela Austrália. O
frete brasileiro fica em torno de
US$ 25 por tonelada; o da Austrália, em US$ 11", afirmou.
Em relação ao marco legal,
Penna vê pontos de consenso.
"Existem propostas meritórias,
como a criação da agência reguladora, do conselho e do papel
do ministério." Mas, segundo
ele, é preciso cuidado para não
haver superposição de tarefas e
para que fique bem claro quem
definirá a política do setor.
Em relação ao Conselho Nacional de Política Mineral, o
Ibram avalia que não poderá
ser composto só por ministros,
mas também pelo setor privado. Para ele, o governo poderia
usar outros instrumentos para
impedir que os donos de autorizações de pesquisa fiquem
"sentados em cima" das áreas.
Uma alternativa ao limite de
tempo seria onerar, progressivamente, os donos de autorização a cada ano sem operação.
Outra sugestão é que o governo também crie incentivos, como o uso da concessão como
garantia real em empréstimos.
Sobre os leilões, Penna pede
cuidado na medida, porque os
riscos na atividade são grandes.
"As chances de se encontrar
minério são de 1 em 100 mil.
Depois, de o minério ser economicamente viável, 1 em 100."
Texto Anterior: Projeto eleva peso do Estado na mineração Próximo Texto: Luiz Carlos Bresser-Pereira: Patéticas críticas ao IOF Índice
|