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Fundação diz ter sido pressionada por acordo
DA SUCURSAL DO RIO
O Conselho Curador da FRB
(Fundação Ruben Berta) declarou ontem, em nota divulgada,
que o acordo com os credores foi
elaborado pelo Conselho de Administração "inesperadamente",
"à revelia" dos acionistas e que sofreu pressões para aceitá-lo.
"A Fundação Ruben Berta e a
Varig foram submetidas a violentas pressões políticas e econômicas nos últimos meses. Por isso,
decidiram dar um basta na intervenção branca a qual foram submetidas", diz a nota.
Segundo a FRB, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) pressionou a
entidade a assinar o acordo.
De acordo com a fundação, se
tivesse aceito o acordo, a dívida de
US$ 118 milhões -ou US$ 117
milhões, segundo os ex-integrantes do Conselho de Administração- seria cobrada da Varig
poucos dias depois de assinado.
A FRB diz que o débito venceria
no dia 30 deste mês. O ex-conselheiro José Roberto Mendonça de
Barros contesta. Diz que a data
era uma referência no contrato e
que poderia ser prorrogada.
O BNDES negou, em nota, que
tenha pressionado a FRB. Disse
que segue avaliando os relatórios
da Varig e que dará seu parecer no
dia 30. O banco ainda reafirmou a
disposição de acompanhar com
atenção e ajudar a empresa.
Ao justificar o fato de ter rejeitado o acordo, a FRB disse que não
havia aporte de recursos novos no
acerto com os credores e que apenas alguns seriam beneficiados.
Os ex-membros do conselho dizem, no entanto, que entrariam
US$ 63 milhões em dinheiro.
A FRB afirmou ainda que não
havia garantia de que o BNDES
iria participar da capitalização da
Varig e que não teve acesso aos relatórios sobre a situação da companhia enviados ao banco pela
Bain & Co. e pela KPMG.
Sobre o futuro da Varig, houve
uma única referência: é "uma empresa viável", diz a nota, que não
esclarece quem irá comandá-la ou
qual a estratégia para salvá-la.
Ao comentar a saída dos membros do conselho, a FRB afirmou:
"Não identificamos nos propósitos dos administradores atuais
[os que renunciaram] a disposição de dar continuidade nos negócios do grupo após o dia 30 de
novembro, em condições seguras
para resguardar o patrimônio dos
controladores e para evitar que a
maior companhia aérea brasileira
corra o risco de sucumbir".
A Folha apurou que podem
presidir a Varig George Ermakoff,
assessor da presidência da empresa, ou Roberto Giannetti da Fonseca, que preside a Cotia Trading.
Colaborou a Redação
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