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Baixa renda eleva expansão de venda on-line
Consumidores da classe C já respondem por 45% das transações na internet, segmento que deve faturar R$ 6 bi no ano
Maior acesso ao crédito no varejo e à web ajudam a explicar o fenômeno, diz consultoria; mas valor da compra é menor que média
DA REPORTAGEM LOCAL
A veloz expansão do comércio virtual no país, turbinada
pelo aumento da participação
da classe C, é um dos panos de
fundo da fusão entre a Americanas.com e o Submarino,
anunciada na última quinta.
Num mercado em crescimento, as duas empresas anunciaram a operação na semana
que passou para tentar crescer
de forma ainda mais acelerada,
ganhando participação de mercado. Neste ano, a expectativa é
que o varejo on-line fature R$ 6
bilhões, uma expansão de 45%
sobre 2005, informa a E-bit,
empresa de marketing e consultoria. Nessa conta não estão
incluídas as operações de venda em leilões, comércio de veículos e de passagens.
Para a Câmara Brasileira de
Comércio Eletrônico, o faturamento do setor deverá ficar entre R$ 5 bilhões e R$ 5,2 bilhões
em 2006. Apenas até outubro,
foram R$ 4 bilhões.
Estudo intitulado "14º Web
Shoppers", realizado pela E-bit
neste ano, aponta o crescimento da participação da classe C
no mercado de varejo on-line.
Segundo o levantamento, a expansão do setor se deve, em
grande parte, à adesão de consumidores com renda familiar
de até R$ 3.000 ao comércio
eletrônico. Esse grupo é responsável por 45% dessas transações nos dias atuais -eram
38% em 2001.
Na avaliação de Ike Zamati,
diretor do Ponto Frio, a maior
participação dessa classe de
renda nas compras virtuais
acontece em segmentos determinados. "Você não deve verificar esse crescimento na venda
de eletrônicos, por exemplo. Isso porque esse grupo ainda tem
limites de crédito em seu cartão que impossibilitam compras de maior valor", afirma
ele. "Isso não quer dizer que a
classe C perde espaço na venda
on-line em geral. Na prática, há
um crescimento, mas na venda
de produtos de menor valor",
afirma ele.
Para Pedro Guasti, diretor-geral da E-bit, o aumento da
participação da classe C no
mercado on-line se deve a fatores como o barateamento dos
computadores e a facilidade de
crédito no varejo, além da proliferação de locais com acesso
público à internet.
As compras on-line no segmento de varejo cresceram
79% no primeiro semestre de
2006 quando comparadas ao
mesmo período do ano passado, totalizando R$ 1,75 bilhão.
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