São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Baixa renda eleva expansão de venda on-line

Consumidores da classe C já respondem por 45% das transações na internet, segmento que deve faturar R$ 6 bi no ano

Maior acesso ao crédito no varejo e à web ajudam a explicar o fenômeno, diz consultoria; mas valor da compra é menor que média

DA REPORTAGEM LOCAL

A veloz expansão do comércio virtual no país, turbinada pelo aumento da participação da classe C, é um dos panos de fundo da fusão entre a Americanas.com e o Submarino, anunciada na última quinta.
Num mercado em crescimento, as duas empresas anunciaram a operação na semana que passou para tentar crescer de forma ainda mais acelerada, ganhando participação de mercado. Neste ano, a expectativa é que o varejo on-line fature R$ 6 bilhões, uma expansão de 45% sobre 2005, informa a E-bit, empresa de marketing e consultoria. Nessa conta não estão incluídas as operações de venda em leilões, comércio de veículos e de passagens.
Para a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o faturamento do setor deverá ficar entre R$ 5 bilhões e R$ 5,2 bilhões em 2006. Apenas até outubro, foram R$ 4 bilhões.
Estudo intitulado "14º Web Shoppers", realizado pela E-bit neste ano, aponta o crescimento da participação da classe C no mercado de varejo on-line. Segundo o levantamento, a expansão do setor se deve, em grande parte, à adesão de consumidores com renda familiar de até R$ 3.000 ao comércio eletrônico. Esse grupo é responsável por 45% dessas transações nos dias atuais -eram 38% em 2001.
Na avaliação de Ike Zamati, diretor do Ponto Frio, a maior participação dessa classe de renda nas compras virtuais acontece em segmentos determinados. "Você não deve verificar esse crescimento na venda de eletrônicos, por exemplo. Isso porque esse grupo ainda tem limites de crédito em seu cartão que impossibilitam compras de maior valor", afirma ele. "Isso não quer dizer que a classe C perde espaço na venda on-line em geral. Na prática, há um crescimento, mas na venda de produtos de menor valor", afirma ele.
Para Pedro Guasti, diretor-geral da E-bit, o aumento da participação da classe C no mercado on-line se deve a fatores como o barateamento dos computadores e a facilidade de crédito no varejo, além da proliferação de locais com acesso público à internet.
As compras on-line no segmento de varejo cresceram 79% no primeiro semestre de 2006 quando comparadas ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 1,75 bilhão.


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