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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Crédito está se normalizando, diz Febraban
O presidente da Febraban e
do Santander, Fábio Barbosa,
considerou os números do crédito divulgados ontem pelo
Banco Central a maior demonstração de que o sistema financeiro não tinha paralisado a
liberação dos empréstimos. Os
dados do BC apontam um crescimento do crédito de 2,9% em
outubro em relação a setembro, e de 34,6% nos últimos 12
meses, o que fez com que a relação crédito/PIB atingisse o recorde de 40,2%.
"Esses números mostram
que o sistema continuou concedendo crédito", afirmou.
De acordo com Barbosa, o
que aconteceu foi que houve,
nos últimos meses, um aumento muito grande da procura por
crédito bancário depois de terem secado tanto as linhas de
financiamento externas como
as possibilidades de levantar
recursos no mercado de capitais. Os bancos, segundo Barbosa, tiveram que se acomodar a
essa nova realidade, mas não
contingenciaram o crédito.
"Como as empresas correram para os bancos, criou-se a
sensação de paralisia do crédito, mas não houve contingenciamento", diz Barbosa.
O presidente da Febraban
não arrisca dizer que a situação
do crédito tenha se normalizado. Ele reconhece, por exemplo, que para alguns setores
houve mais oferta de crédito, e
para outros menos, mas a situação, a seu ver, tende a se normalizar, principalmente depois
das medidas do BC de liberalização do compulsório.
"O mercado está pouco a
pouco retornando à sua normalidade", diz.
Barbosa comentou ainda o
aumento do custo do crédito
também registrado pelos números de ontem do Banco Central. Entre setembro e outubro,
o custo médio subiu 3,3 pontos
percentuais para as empresas, e
1,7 para as pessoas físicas.
Segundo Barbosa, essa alta
dos juros é reflexo principalmente do aperto de liquidez
que atinge não apenas o Brasil
como o mercado internacional.
Ele também atribui parte dessa
alta dos juros ao aumento do
custo de captação dos bancos.
A tendência, no entanto, de
acordo com Barbosa, é que a situação se normalize com as
medidas que vêm sendo tomadas pelo Banco Central de abrir
linhas para o financiamento do
comércio exterior e de flexibilização do compulsório.
Sobre os gigantescos pacotes
de socorro do governo americano para tentar conter os efeitos
da crise, Barbosa faz duas observações. A primeira é que esses pacotes mostram que não
existe ainda um diagnóstico
claro do que precisa ser feito
para conter a crise, tanto que o
governo tem atirado em várias
direções: seja na compra de
crédito podre, seja na capitalização dos bancos, seja no estímulo à economia.
A outra observação é que,
apesar da redução do nível de
atividade ser inevitável, o tamanho da ajuda é tão grande
que, em algum momento, a economia reagirá. "Se não reagir
com isso, não sei o que pode fazer com que a economia reaja."
CLIQUE DUPLO
André Monteiro e Bruno Medeiros lançaram há
duas semanas o site Compra3, um sistema de compras coletivas pela rede. A
empresa negocia descontos em produtos vendidos
em sites como Submarino
e Americanas.com para
grandes volumes negociados. Os consumidores
compram individualmente, mas no fim de cada
mês podem ter o valor do
desconto dos produtos depositado em sua conta
corrente. O desconto é
calculado pela soma das
vendas de um produto
dos parceiros no Compra3. "Nós buscamos associar os benefícios das
compras coletivas em um
processo individual de
compra", diz Monteiro.
Com o sistema, eles esperam faturar R$ 18 milhões até o fim do ano e
gerar uma economia de
R$ 2 milhões aos clientes.
Ambiente preocupa mais que economia no Brasil, diz estudo
O medo que os brasileiros
sentem por conta de instabilidades econômicas é menor do
que outras preocupações, como
as mudanças climáticas, apesar
da crise global. A conclusão é do
estudo "Climate Monitor", do
programa ambiental do HSBC,
com base em 12 mil pesquisas
feitas em 12 países no segundo
semestre deste ano.
A violência cotidiana e a pobreza no mundo são outros temas que vêm à cabeça de brasileiros antes das preocupações
com turbulências na economia
global, segundo o estudo.
Já nos Estados Unidos, as
crises econômicas lideram a
lista de preocupações. O terrorismo é outro tema que assusta
os americanos.
Na China e no Canadá o medo da economia também é o
maior de todos. No Reino Unido, a preocupação com a economia só perde para o receio das
violências do dia-a-dia. E, na
França, onde as preocupações
com as crises econômicas e
com as mudanças climáticas
também são altas, o maior receio, segundo os entrevistados,
é a pobreza no mundo.
A pesquisa, que mede o engajamento das pessoas para a defesa do ambiente, mostra que
mundialmente se acredita que
o papel principal na luta contra
o problema deve ser do governo, mais do que dos cidadãos,
das empresas e das ONGs.
A preocupação com as alterações climáticas aumentou entre os países desenvolvidos. Já
o otimismo caiu no último ano.
QUÊ
A Funcef (Fundação dos
Economiários Federais), terceiro maior fundo de pensão
brasileiro, investirá R$ 35 milhões no lançamento do shopping Quê. Localizado no bairro
Águas Claras, em Brasília, o
shopping será inaugurado em
2009. A atual carteira imobiliária da Funcef soma R$ 2 bilhões, com investimentos em
15 shoppings no Brasil.
TIJOLO
Governo federal, Fiesp e outras entidades empresariais
vão assinar um acordo para reduzir entraves e assegurar a
oferta de empregos no setor da
construção civil. O acordo será
feito durante o evento Construbusiness, em 1º de dezembro, na Fiesp, em São Paulo. O
objetivo é alinhar metas estabelecidas na PDP (Política de
Desenvolvimento Produtivo).
PRÊMIO
A ANJ (Associação Nacional
de Jornais) anuncia hoje, durante almoço no restaurante
Figueira Rubaiyat, em São
Paulo, o vencedor nacional do
Prêmio ANJ de Criação Publicitária. O objetivo da premiação é valorizar o uso dos jornais como veículos publicitários. A agência vencedora receberá passagens e inscrição
para o Festival de Cannes de
2009. Concorreram 931 anúncios veiculados de 1º de março
a 30 de setembro deste ano.
ARMADILHA
O consultor Julio Sergio Cardozo apresenta hoje o seminário "Fusões & Aquisições em
tempos de crise - Armadilhas
por trás das oportunidades",
em SP. Serão abordados temas
como estratégias de negociação
e ganhos e perdas no processo.
CHECK-UP
A procura pelo serviço de
check-up executivo do laboratório Fleury cresceu 45% em
outubro na comparação com o
mesmo mês de 2007. O Fleury
atribui a demanda maior ao incentivo das empresas à qualidade de vida dos executivos.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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