|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tesouro vê limite para novas desonerações
Segundo Arno Augustin, secretário do órgão, não há espaço nas contas para a concessão de mais benefícios tributários
Mas ele reconheceu não serem impossíveis novas medidas, pois desonerações podem ser compensadas pela maior arrecadação
EDUARDO RODRIGUES
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Menos de uma hora após o
ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciar um novo pacote de desonerações e afirmar
que outras medidas estão sendo estudadas, o secretário do
Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que pode não haver
mais espaço na programação
do governo para a concessão de
benefícios tributários.
"Nós programamos uma determinada quantidade de ação
anticíclica e é essa que nós vamos fazer. Não vamos fazer
além disso porque não seria
correto na nossa visão", afirmou o Augustin. No entanto,
ele reconheceu não serem impossíveis novas medidas, uma
vez que o incentivo fiscal a alguns setores pode ser compensado pelo aumento da arrecadação de outros tributos decorrente da expansão do consumo.
Na semana passada, o secretário de Política Econômica da
Fazenda, Nelson Barbosa, chegou a descartar a adoção de
mais reduções de impostos,
classificando esse tipo de ação
como arriscada. De acordo com
dados do Tesouro, excluindo-se o resultado da Previdência
Social, as receitas do governo
central acumulam queda de
4,2% até outubro.
Conforme a Folha adiantou,
inflado por depósitos judiciais
de R$ 5 bilhões, o superavit primário superou a marca de R$
10 bilhões e fechou outubro em
R$ 11,3 bilhões.
Após o deficit de R$ 7,7 bilhões registrado em setembro,
o governo reconheceu a possibilidade de abater os gastos
com projetos prioritários de infraestrutura, o PPI (Projeto Piloto de Investimentos), e com o
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) da meta de
superavit para este ano, de R$
42,7 bilhões.
Mas, como até agora só foram economizados R$ 29,8 bilhões, a avaliação é que o uso do
artifício será indispensável. Até
outubro, foram investidos R$
11,4 bilhões.
Contas da Previdência
Apesar de uma discreta melhora em outubro, as contas da
Previdência estouraram no
mês passado a meta de deficit
projetada pelo governo para
2009. De janeiro a outubro, o
saldo negativo no regime de
aposentadorias alcançou R$
41,9 bilhões, o que representa
aumento real de 16,9% (acima
da inflação) em relação a igual
período de 2008.
O governo esperava fechar o
ano com deficit de R$ 41,4 bilhões na Previdência. De acordo com o secretário da Previdência Social, Helmut Schwarzer, o Planejamento deverá rever a previsão para este ano.
Em outubro, o saldo negativo
ficou em R$ 2,77 bilhões. Na
comparação com setembro,
houve queda de 70%. Os números daquele mês, no entanto,
foram impactados pela antecipação de metade do 13º salário
para parcela dos aposentados.
Em relação ao resultado de outubro do ano passado, porém,
houve aumento de 39,4%.
No mês, as receitas apresentaram recuperação por causa
do aumento na geração de empregos formais. Quanto mais
trabalhadores têm a carteira
assinada, mais a Previdência
arrecada com contribuições.
Texto Anterior: Desconto em móveis pode chegar a 5% Próximo Texto: Política de "colcha de retalhos" é ineficiente Índice
|