DE GENEBRA

O Ministério da Justiça suíço deve passar até a próxima segunda ao fisco norte-americano dossiês sobre 500 clientes do banco UBS suspeitos de fraude fiscal.
Os investidores são os primeiros de um grupo de 4.450 que a Justiça suíça aceitou investigar dentro de um acordo entre os Estados Unidos e o maior banco do país.
Segundo informou o ministério, estão em curso mais investigações em torno de clientes americanos (ou residentes nos EUA) do banco para verificar se houve fraude fiscal -o que inclui não só evasão de impostos, mas conduta fraudulenta como forjar documentos.
O alvo são suspeitos com contas superiores a 250 mil francos suíços (US$ 248 mil) ou investidores que tenham obtido renda anual média de 100 mil francos suíços por pelo menos três anos, caso essa renda não tenha sido relatada ao Fisco dos EUA.
O acordo entre o UBS e os Estados Unidos foi fechado em agosto deste ano, após o Fisco divulgar suspeitas de que até US$ 18 milhões teriam sido movimentados pelo banco de forma a evitar que os clientes pagassem impostos. O prazo para que todos os dados sejam enviados aos EUA é de um ano após a assinatura desse tratado.
Inicialmente, o governo americano solicitou dados de 52 mil clientes suspeitos. Mas a legislação suíça não considera evasão fiscal um crime, e Berna preza sua reputação de zelar pelo sigilo bancário. Porém, com a possibilidade de o país perder credibilidade e entrar na lista de paraísos fiscais, a atitude dos suíços tem mudado.
Os demais dossiês já estão sendo montados, e o governo da Suíça verifica quando há indícios de fraude.
(LUCIANA COELHO)


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