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Cortar juro rápido conteria tendência
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das formas de o Banco
Central reduzir a atratividade do
país e, conseqüentemente, evitar
que o dólar volte a cair muito é reduzir os juros brasileiros de forma
radical.
"Não adianta cortar a taxa de
forma gradual. Tinha de ser uma
redução realmente brusca", afirma Luiz Fernando Lopes, do Pátria Banco de Negócios.
Juros brasileiros em níveis menores fariam com que os estrangeiros encolhessem seus investimentos que estimulam a apreciação da moeda brasileira.
Os juros reais do Brasil -taxa
Selic descontada a inflação- são
disparados os maiores do planeta,
por volta dos 13% anuais.
O mais próximo do Brasil é o
México, que tem taxas de cerca de
6% ao ano.
Além do efeito sobre as aplicações que rendem os juros do país,
a queda nas taxas aqueceria a economia brasileira. Com isso, seriam grandes as chances de aumentar a demanda por bens e
produtos importados. E esse movimento encolheria os saldos positivos da balança comercial, que
também têm favorecido a apreciação da moeda brasileira.
Uma das principais críticas ao
atual método de intervenção promovido pela autoridade monetária é a de que a venda de "swap
cambial reverso" eleva o custo da
dívida.
Ao leiloar esses contratos, o BC
diminui a parcela de sua dívida
atrelada ao câmbio, mas eleva a
indexada à Selic. Como os juros
praticados no país estão em níveis
muito altos, o custo da dívida se
eleva.
A Selic é a taxa básica de juros
da economia e é definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC). A taxa básica está
em 18% anuais.
"A diferença dos juros brasileiros para os praticados em outros
países é muito grande. E isso é um
importante componente de atração de capital para o Brasil", afirma Maristella Ansanelli, do banco
Fibra.
O problema é que ninguém
acredita que a taxa Selic vá ser reduzida bruscamente. O máximo
que se espera é que seja cortada
em 0,75 ponto percentual em janeiro.
(FV)
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