São Paulo, segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

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Cortar juro rápido conteria tendência

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das formas de o Banco Central reduzir a atratividade do país e, conseqüentemente, evitar que o dólar volte a cair muito é reduzir os juros brasileiros de forma radical.
"Não adianta cortar a taxa de forma gradual. Tinha de ser uma redução realmente brusca", afirma Luiz Fernando Lopes, do Pátria Banco de Negócios.
Juros brasileiros em níveis menores fariam com que os estrangeiros encolhessem seus investimentos que estimulam a apreciação da moeda brasileira.
Os juros reais do Brasil -taxa Selic descontada a inflação- são disparados os maiores do planeta, por volta dos 13% anuais.
O mais próximo do Brasil é o México, que tem taxas de cerca de 6% ao ano.
Além do efeito sobre as aplicações que rendem os juros do país, a queda nas taxas aqueceria a economia brasileira. Com isso, seriam grandes as chances de aumentar a demanda por bens e produtos importados. E esse movimento encolheria os saldos positivos da balança comercial, que também têm favorecido a apreciação da moeda brasileira.
Uma das principais críticas ao atual método de intervenção promovido pela autoridade monetária é a de que a venda de "swap cambial reverso" eleva o custo da dívida.
Ao leiloar esses contratos, o BC diminui a parcela de sua dívida atrelada ao câmbio, mas eleva a indexada à Selic. Como os juros praticados no país estão em níveis muito altos, o custo da dívida se eleva.
A Selic é a taxa básica de juros da economia e é definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC). A taxa básica está em 18% anuais.
"A diferença dos juros brasileiros para os praticados em outros países é muito grande. E isso é um importante componente de atração de capital para o Brasil", afirma Maristella Ansanelli, do banco Fibra.
O problema é que ninguém acredita que a taxa Selic vá ser reduzida bruscamente. O máximo que se espera é que seja cortada em 0,75 ponto percentual em janeiro. (FV)


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