São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Inflação deve fechar em 4,5%, diz banco

Apesar dos números bastante favoráveis de 2007, a inflação desponta, agora, como mais novo foco de preocupação do país neste final de ano.
Há, é claro, muitas dúvidas a respeito dos reflexos da crise do crédito nos Estados Unidos e das conseqüências do fim da CPMF sobre as contas públicas, mas seus efeitos podem ser menores do que se supõe.
Ninguém sabe, ao certo, quais serão os impactos desses dois fenômenos sobre a economia. Tanto a freada do crescimento nos Estados Unidos pode ser pequena como o buraco da CPMF pode, eventualmente, ser compensado sem que o governo faça muitas extravagâncias no que se refere a aumento de impostos.
Já em relação à inflação, as previsões começam a ser mais pessimistas.
O departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, por exemplo, prevê que o IPCA, que mede a inflação oficial, fique em 0,74% em dezembro, o que representa uma alta de 4,46% neste ano. Na prática, o número significa os 4,5% do centro da meta de inflação definido pelo governo para o ano.
Ao atingir o centro da meta, a pergunta imediata é se o Banco Central irá ou não subir a taxa básica de juros, a Selic, para fazer a inflação ficar bem comportada.
Na época em que se definiu a meta de 4,5%, chegou-se a cogitar que o Banco Central tinha uma meta oculta, de 4%. Se isso for verdade, o que só se vai ficar sabendo nas próximas reuniões do Copom, o Banco Central terá de mudar a estratégia de política econômica.
Apesar de prever que a inflação bata neste ano o centro da meta, Octavio de Barros, diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, está otimista. Ele não acredita que o Banco Central deva subir os juros no próximo ano.
"Meu cenário é de manutenção da atual taxa básica de juros durante o ano de 2008", diz ele.
O economista acredita que os preços da alimentação, os principais responsáveis por essa pressão altista da inflação, vão ceder e fazer com que os índices recuem no ano que vem.
Na avaliação recente do IPCA, o índice foi impulsionado pelas fortes altas dos preços do feijão carioca (27,9%) e das carnes (8,8%).
Para o departamento econômico do Bradesco, os preços desses dois produtos deverão recuar nos próximos meses, o que ajudará a trazer o IPCA para baixo.
Dessa forma, apesar de o IPCA ficar em 4,5% neste ano, a previsão do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco é de que a inflação baixe para 4,3% em 2008.

Siderúrgica da China foca na Bahia

O governador Jaques Wagner recebeu a informação de João Zhao, vice-presidente da empresa Baosteel Group Corp. no Brasil, considerada a maior siderúrgica da China, de que o grupo pretende investir na Bahia, principalmente na área mineral.
O grupo chinês pretende duplicar sua capacidade de produção de aço, para 80 milhões de toneladas até 2012.
A Baosteel Group Corp. tem capacidade de produzir 30 milhões de toneladas e pretende crescer na China e no exterior por meio de aquisições, informaram os executivos da empresa a Jaques Wagner.
Ela pretende aumentar as vendas para US$ 50 bilhões e os lucros para US$ 5 bilhões até 2012.
A atividade mineral, o projeto da Ferrovia da Integração Oeste-Leste, a hidrovia do rio São Francisco e as propostas de modernização dos portos baianos foram alguns dos temas abordados durante o encontro.
A utilização de aço pela China deverá crescer 12%, para 446 milhões de toneladas neste ano e para até 520 milhões de toneladas até o final da década, puxada pela demanda por automóveis e eletrodomésticos.

DOSE DUPLA

As irmãs Lilly e Renata Sarti, depois de um ano de vida de sua marca de moda feminina, se preparam para abrir, em fevereiro, suas primeiras lojas. Os endereços escolhidos são a Daslu, onde a marca já é vendida, e os Jardins. Até agora, a Lilly Sarti foi vendida em multimarcas no país. Outro passo a ser dado pelas irmãs é a entrada na Abest (Associação Brasileira de Estilistas), o que para as empresárias-estilistas significa uma alta dos negócios e a possibilidade de entrar no mercado externo. No primeiro trimestre de 2008, a marca participa de duas feiras internacionais, em Tóquio e Paris.

CARGA PESADA

A transportadora paulista Expresso Araçatuba escolheu a Argentina para ampliar os negócios. O país vizinho, que já fazia parte do catálogo da empresa e é seu principal mercado internacional, agora terá estrutura de atendimento ampliada. A expectativa é aumentar em 45% o volume de cargas no eixo entre os dois países. A Expresso Araçatuba também investirá R$ 28 milhões em infra-estrutura e renovação de frota em 2008.

NO CÉU
A TIM passa a oferecer roaming internacional em aeronaves. O serviço, que começa a funcionar a partir do fim de semana, dá aos clientes da operadora comunicação móvel a bordo de vôos da AirFrance com rotas na Europa.

INVASÃO
Os últimos 12 meses registraram recorde de ameaças ao sistemas organizacionais, de acordo com a McAfee, que contabilizou mais de 100.000 novos vírus e cavalos de Tróia, um crescimento de 50% no número total de ameaças já catalogadas.

ENGRENAGEM
No Brasil, a Okuma, de máquinas operatrizes, estima fechar o ano com um crescimento nas vendas da ordem de 20% em relação ao ano passado.

NA TAÇA
A vinícola Dal Pizzol registrou 20% de aumento no volume de vendas de seus espumantes de janeiro a outubro, na comparação com o mesmo período de 2006.


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