São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

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Sauditas querem criar o maior fundo soberano

DO "FINANCIAL TIMES"

A Arábia Saudita pretende criar um fundo soberano de reservas que, de acordo com as previsões, deve superar de longe o fundo de Abu Dhabi, de US$ 900 bilhões, e tornar-se o maior do mundo.
O novo fundo será um rival temível para outros fundos de investimento pertencentes a governos do Oriente Médio e da Ásia, que vêm exercendo papel cada vez mais ativo na canalização de capital para empresas ocidentais, especialmente as financeiras atingidas pela crise das hipotecas dos EUA.
A notícia do plano saudita surgiu no momento em que a Temasek, de Cingapura, negociava a compra de participação no Merrill Lynch, o último entre os grandes bancos dos EUA e da Europa a vender participações a fundos soberanos estrangeiros por causa da crise.
Essas participações não tiveram conseqüências políticas sérias, mas os potenciais investimentos de sauditas devem ser sujeitos a um escrutínio maior.
O esforço provavelmente será liderado pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, autorizado a investir só internamente. Até agora, o dinheiro do petróleo saudita foi vertido parcialmente no banco central do reino, a Autoridade Monetária Saudita (Sama), e parcialmente nos cofres da família governante.
Embora a folha de balanço da Sama seja informação aberta ao público, banqueiros dizem que essas cifras captam apenas uma pequena porcentagem da riqueza do país. Os inúmeros veículos de investimento dos vários membros da família real nunca foram transparentes.
Até agora, a política de investimentos da Sama tem sido conservadora, limitada, em grande medida, a investimentos em títulos, em especial do Tesouro dos EUA, e ações.
Já seus pares no golfo Pérsico estão mais e mais voltados à busca de retornos mais altos para quando o petróleo se esgotar, investindo alternativamente em fundos de "hedge" e fundos de participações em empresas.
Recentemente essa ênfase vem cedendo espaço à compra de participações importantes em companhias financeiras de ambos os lados do Atlântico que enfrentam problemas na esteira da crise das hipotecas.
Esses negócios ressaltam a importância crescente dos fundos soberanos de reservas do Oriente Médio e da Ásia, além de suas iniciativas cada vez mais ousadas para tirar vantagem da necessidade de capital de instituições ocidentais.


Tradução de CLARA ALLAIN


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