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Sauditas querem criar o maior fundo soberano
DO "FINANCIAL TIMES"
A Arábia Saudita pretende
criar um fundo soberano de reservas que, de acordo com as
previsões, deve superar de longe o fundo de Abu Dhabi, de
US$ 900 bilhões, e tornar-se o
maior do mundo.
O novo fundo será um rival
temível para outros fundos de
investimento pertencentes a
governos do Oriente Médio e
da Ásia, que vêm exercendo papel cada vez mais ativo na canalização de capital para empresas ocidentais, especialmente as financeiras atingidas pela
crise das hipotecas dos EUA.
A notícia do plano saudita
surgiu no momento em que a
Temasek, de Cingapura, negociava a compra de participação
no Merrill Lynch, o último entre os grandes bancos dos EUA
e da Europa a vender participações a fundos soberanos estrangeiros por causa da crise.
Essas participações não tiveram conseqüências políticas
sérias, mas os potenciais investimentos de sauditas devem ser
sujeitos a um escrutínio maior.
O esforço provavelmente será liderado pelo Fundo de Investimento Público da Arábia
Saudita, autorizado a investir
só internamente. Até agora, o
dinheiro do petróleo saudita foi
vertido parcialmente no banco
central do reino, a Autoridade
Monetária Saudita (Sama), e
parcialmente nos cofres da família governante.
Embora a folha de balanço da
Sama seja informação aberta ao
público, banqueiros dizem que
essas cifras captam apenas uma
pequena porcentagem da riqueza do país. Os inúmeros veículos de investimento dos vários membros da família real nunca foram transparentes.
Até agora, a política de investimentos da Sama tem sido
conservadora, limitada, em
grande medida, a investimentos em títulos, em especial do
Tesouro dos EUA, e ações.
Já seus pares no golfo Pérsico
estão mais e mais voltados à
busca de retornos mais altos
para quando o petróleo se esgotar, investindo alternativamente em fundos de "hedge" e fundos de participações em empresas.
Recentemente essa ênfase
vem cedendo espaço à compra
de participações importantes
em companhias financeiras de
ambos os lados do Atlântico
que enfrentam problemas na
esteira da crise das hipotecas.
Esses negócios ressaltam a
importância crescente dos fundos soberanos de reservas do
Oriente Médio e da Ásia, além
de suas iniciativas cada vez
mais ousadas para tirar vantagem da necessidade de capital
de instituições ocidentais.
Tradução de CLARA ALLAIN
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