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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Cresce financiamento habitacional da Caixa
Apesar da crise internacional, a Caixa Econômica Federal
vai fechar o ano com um volume recorde de financiamento
habitacional. O total deve chegar muito perto dos R$ 23 bilhões, um valor acima das projeções e 50% maior do que o
número obtido no ano passado.
Serão ao todo 500 mil famílias
atendidas.
A Caixa responde atualmente por 52% das aplicações em
habitação no país.
As aplicações para baixa renda com recursos do FGTS (fundo de garantia) superaram
2007 com um crescimento de
60%. Até 22 de dezembro já havia sido aplicado o montante de
R$ 11 bilhões, contra R$ 6,9 bilhões em igual período do ano
passado.
Os financiamentos com recursos da caderneta de poupança foram ainda mais expressivos, atingindo um crescimento de 84%. Até o dia 22 de
dezembro foram aplicados
R$ 10,4 bilhões, enquanto em
igual período de 2007, o valor
tinha sido de apenas R$ 5,6 bilhões.
Para o próximo ano, o orçamento da Caixa ainda não foi
fechado, mas o objetivo do governo é usar o financiamento
habitacional como um dos
principais instrumentos na
tentativa de minimizar os efeitos da crise econômica. Os empréstimos da Caixa para habitação devem crescer no mínimo 20%.
Os investimentos em infra-estrutura, com o reforço do
PAC, e em habitação são considerados prioritários pelo governo para 2009. Na terça-feira
passada, isso ficou claro em
uma reunião entre o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo.
A grande preocupação do governo é a de manter o nível de
emprego na economia. A perda
de 40 mil empregos formais em
novembro, o pior resultado nos
últimos dez anos, acendeu o sinal amarelo no governo.
O resultado do ano ainda será
satisfatório, com a criação de
mais de dois milhões de empregos com carteira assinada, mas
o receio é o de que esse número
seja ofuscado com os dados de
novembro e o dos próximos
meses.
Por isso a decisão do governo
de reforçar os investimentos
em infra-estrutura e habitação.
As medidas, que já estão em estudo, só devem ser anunciadas,
no entanto, no início do ano
que vem.
Mulheres sofrem mais de "fobia financeira", diz estudo
O corpo humano sofre impactos toda vez que lida com dinheiro, segundo o estudo "Investment Phobia", feito pela
Universidade de Cambridge.
Cerca de 50% das pessoas
têm aceleração significativa do
ritmo cardíaco quando lidam
com suas contas pessoais.
Os impactos são mais freqüentes entre as mulheres. De
acordo com o estudo, 23% das
mulheres e 18% dos homens foram diagnosticados como portadores de fobia financeira, semelhante às fobias mais conhecidas, como fobias de insetos e
de altura.
Outros dados do estudo estão
no livro "Finanças Comportamentais" (Editora Campus-Elsevier, 160 pág.), nova obra do
economista Aquiles Mosca.
Dos pesquisados, 11% dizem
que sentem mal-estar físico,
como dores de estômago e de
cabeça, quando precisam lidar
com o próprio dinheiro e 15%
afirmam que, para não sofrer
transtornos, evitam abrir envelopes bancários ou acessar freqüentemente contas bancárias
pela internet.
A pesquisa "Fear Factor",
também da Universidade de
Cambridge, abordada no livro,
mapeou em diferentes culturas, graus de escolaridade e níveis sociais quais são os principais medos das pessoas. Com
exceção de casos de países que
vivem em guerra ou sofrem fome, a conclusão é que há três
medos principais, em uma escala de de 0 a 100.
Em primeiro está o medo de
falar em público, com 90 pontos. Depois vem o medo da
morte com 69 pontos e em terceiro, com 65, está o medo de
não ter recursos suficientes para o próprio sustento.
DIAGNÓSTICO
A crise já ameaça o setor de saúde, que teme a aproximação das demissões a partir do primeiro semestre de 2009.
No setor, a maior parte dos insumos de diagnósticos e equipamentos são importados. Com a alta do dólar, o custo dos
procedimentos foi elevado. Segundo Dante Montagnana,
presidente do Sindhosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e
Laboratórios de São Paulo), os laboratórios e os hospitais,
que sofreram esse aumento nos custos, terão dificuldade em
repassá-lo para as operadoras. A perspectiva de Montagnana
é que a situação se agrave no final do primeiro semestre de
2009, quando acontecem as negociações de reajuste de preços com as operadoras. Montagnana afirma que as operadoras também ficarão em dificuldade por conta das demissões
em massa no mercado, que vão reduzir muito o número de
funcionários de empresas beneficiários de planos de saúde.
"O receio de demissões é real", diz. Segundo ele, isso provocaria a diminuição do número de usuários da saúde suplementar, já que 70% dessas carteiras são de planos coletivos.
NO VAREJO
A Dudony, uma das maiores
redes de lojas de varejo paranaenses, que emprega quase
mil funcionários, pleiteou sua
recuperação judicial após enfrentar dificuldades por conta
da crise econômica e da restrição ao crédito no mercado. Representada pela Martinelli Advocacia Empresarial, a Dudony
teve, na última semana, seu pedido de recuperação judicial
deferido pelo juiz da 1ª Vara Cível de Maringá (PR). A empresa
tem sede em Maringá e 110
pontos de varejo no Estado do
Paraná e no interior de São
Paulo.
DA CHINA
Um chinês gastou a quantia
recorde de 46.423 na compra
de vinhos franceses na véspera
de Natal, segundo a Aéroports
de Paris, dona dos aeroportos
Charles de Gaulle e Orly, em
Paris. De acordo com a Bloomberg, o passageiro, que se destinava a Pequim, escolheu uma
garrafa de Côte du Rhône La
Tâche de 1991 e outras da região de Bordeaux, um Lafite
Rochschild engarrafado em
1947 e outros. O recorde anterior é de março de 2007, quando outro passageiro, também
chinês, gastou 23.300 em vinhos franceses.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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