São Paulo, sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Cresce financiamento habitacional da Caixa

Apesar da crise internacional, a Caixa Econômica Federal vai fechar o ano com um volume recorde de financiamento habitacional. O total deve chegar muito perto dos R$ 23 bilhões, um valor acima das projeções e 50% maior do que o número obtido no ano passado. Serão ao todo 500 mil famílias atendidas.
A Caixa responde atualmente por 52% das aplicações em habitação no país.
As aplicações para baixa renda com recursos do FGTS (fundo de garantia) superaram 2007 com um crescimento de 60%. Até 22 de dezembro já havia sido aplicado o montante de R$ 11 bilhões, contra R$ 6,9 bilhões em igual período do ano passado.
Os financiamentos com recursos da caderneta de poupança foram ainda mais expressivos, atingindo um crescimento de 84%. Até o dia 22 de dezembro foram aplicados R$ 10,4 bilhões, enquanto em igual período de 2007, o valor tinha sido de apenas R$ 5,6 bilhões.
Para o próximo ano, o orçamento da Caixa ainda não foi fechado, mas o objetivo do governo é usar o financiamento habitacional como um dos principais instrumentos na tentativa de minimizar os efeitos da crise econômica. Os empréstimos da Caixa para habitação devem crescer no mínimo 20%.
Os investimentos em infra-estrutura, com o reforço do PAC, e em habitação são considerados prioritários pelo governo para 2009. Na terça-feira passada, isso ficou claro em uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo.
A grande preocupação do governo é a de manter o nível de emprego na economia. A perda de 40 mil empregos formais em novembro, o pior resultado nos últimos dez anos, acendeu o sinal amarelo no governo.
O resultado do ano ainda será satisfatório, com a criação de mais de dois milhões de empregos com carteira assinada, mas o receio é o de que esse número seja ofuscado com os dados de novembro e o dos próximos meses.
Por isso a decisão do governo de reforçar os investimentos em infra-estrutura e habitação. As medidas, que já estão em estudo, só devem ser anunciadas, no entanto, no início do ano que vem.

Mulheres sofrem mais de "fobia financeira", diz estudo

O corpo humano sofre impactos toda vez que lida com dinheiro, segundo o estudo "Investment Phobia", feito pela Universidade de Cambridge.
Cerca de 50% das pessoas têm aceleração significativa do ritmo cardíaco quando lidam com suas contas pessoais.
Os impactos são mais freqüentes entre as mulheres. De acordo com o estudo, 23% das mulheres e 18% dos homens foram diagnosticados como portadores de fobia financeira, semelhante às fobias mais conhecidas, como fobias de insetos e de altura.
Outros dados do estudo estão no livro "Finanças Comportamentais" (Editora Campus-Elsevier, 160 pág.), nova obra do economista Aquiles Mosca.
Dos pesquisados, 11% dizem que sentem mal-estar físico, como dores de estômago e de cabeça, quando precisam lidar com o próprio dinheiro e 15% afirmam que, para não sofrer transtornos, evitam abrir envelopes bancários ou acessar freqüentemente contas bancárias pela internet.
A pesquisa "Fear Factor", também da Universidade de Cambridge, abordada no livro, mapeou em diferentes culturas, graus de escolaridade e níveis sociais quais são os principais medos das pessoas. Com exceção de casos de países que vivem em guerra ou sofrem fome, a conclusão é que há três medos principais, em uma escala de de 0 a 100.
Em primeiro está o medo de falar em público, com 90 pontos. Depois vem o medo da morte com 69 pontos e em terceiro, com 65, está o medo de não ter recursos suficientes para o próprio sustento.

DIAGNÓSTICO
A crise já ameaça o setor de saúde, que teme a aproximação das demissões a partir do primeiro semestre de 2009. No setor, a maior parte dos insumos de diagnósticos e equipamentos são importados. Com a alta do dólar, o custo dos procedimentos foi elevado. Segundo Dante Montagnana, presidente do Sindhosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo), os laboratórios e os hospitais, que sofreram esse aumento nos custos, terão dificuldade em repassá-lo para as operadoras. A perspectiva de Montagnana é que a situação se agrave no final do primeiro semestre de 2009, quando acontecem as negociações de reajuste de preços com as operadoras. Montagnana afirma que as operadoras também ficarão em dificuldade por conta das demissões em massa no mercado, que vão reduzir muito o número de funcionários de empresas beneficiários de planos de saúde. "O receio de demissões é real", diz. Segundo ele, isso provocaria a diminuição do número de usuários da saúde suplementar, já que 70% dessas carteiras são de planos coletivos.

NO VAREJO
A Dudony, uma das maiores redes de lojas de varejo paranaenses, que emprega quase mil funcionários, pleiteou sua recuperação judicial após enfrentar dificuldades por conta da crise econômica e da restrição ao crédito no mercado. Representada pela Martinelli Advocacia Empresarial, a Dudony teve, na última semana, seu pedido de recuperação judicial deferido pelo juiz da 1ª Vara Cível de Maringá (PR). A empresa tem sede em Maringá e 110 pontos de varejo no Estado do Paraná e no interior de São Paulo.

DA CHINA
Um chinês gastou a quantia recorde de 46.423 na compra de vinhos franceses na véspera de Natal, segundo a Aéroports de Paris, dona dos aeroportos Charles de Gaulle e Orly, em Paris. De acordo com a Bloomberg, o passageiro, que se destinava a Pequim, escolheu uma garrafa de Côte du Rhône La Tâche de 1991 e outras da região de Bordeaux, um Lafite Rochschild engarrafado em 1947 e outros. O recorde anterior é de março de 2007, quando outro passageiro, também chinês, gastou 23.300 em vinhos franceses.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


Próximo Texto: Na crise, teles vão investir R$ 19 bilhões
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.