São Paulo, sábado, 26 de dezembro de 1998

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Livro discute informações em tempo real

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local


"A tecnologia superou a política pública. O que incomoda os governos em relação à moeda desestatizada é que ela funciona como um plebiscito sobre sua política. Hoje, se o presidente (...) diz alguma bobagem, a taxa do dólar muda em 60 segundos. Isso cria o que chamo de padrão da informação. O padrão da informação é mais draconiano do que o padrão-ouro porque o governo perdeu o controle do mercado."
As declarações são de Walter Wriston, que foi presidente do Citibank entre 1967 e 1984, e são citadas no livro "Competindo em tempo real - Estratégias vencedoras para a era do cliente nunca satisfeito", do consultor de empresas americano Regis McKenna.
O objetivo central do livro é procurar mostrar como a rapidez do acesso às informações, com a existência dos serviços em tempo real e a expansão da Internet (rede mundial de computadores), afeta -e vai afetar ainda mais- a rotina das empresas.
A obra também mostra como empresas, empresários e funcionários têm que se adaptar às mudanças e ao novo ritmo em que elas ocorrem.
O ponto mais enfatizado por McKenna é o impacto dessas mudanças sobre os consumidores.
A possibilidade de escolha, multiplicada de uma forma inédita, dá poder ao consumidor, resume ele. Eles se tornaram muito mais exigentes sobre a qualidade dos serviços e dos produtos.
Mesmo para o leitor menos preocupado com essas questões específicas sobre o mundo empresarial, o livro pode interessar por levantar pontos de discussão mais amplos sobre a globalização das comunicações e a instantaneidade das informações.
Mesmo que trate de forma superficial desses pontos, fica pelo menos a proposta de reflexão a respeito de teses importantes como a abordada pelo ex-presidente do Citibank sobre o "padrão da informação".
A edição da Editora Campus traz um bônus extra, um prefácio escrito para os leitores no país.
O bônus revela a preocupação em até citar um "case" brasileiro, em que um executivo da Amil, Edson Bueno (hoje presidente do grupo), explica por que levou mais de cem gerentes da empresa para uma apresentação dos três grandes tenores (Pavarotti, Carreras e Domingo) em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Ele queria que seus funcionários sentissem o que seria "classe mundial", de modo que estivessem preparados para oferecer aos clientes serviços "classe mundial".
O livro também traz uma seleção de sites na Internet, das empresas citadas e outros que podem ajudar o leitor interessado a se aprofundar no tema.



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