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Livro discute informações em tempo real
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local
"A tecnologia
superou a política pública. O
que incomoda
os governos em
relação à moeda
desestatizada é
que ela funciona
como um plebiscito sobre sua política. Hoje, se o presidente (...) diz
alguma bobagem, a taxa do dólar
muda em 60 segundos. Isso cria o
que chamo de padrão da informação. O padrão da informação é
mais draconiano do que o padrão-ouro porque o governo perdeu o
controle do mercado."
As declarações são de Walter
Wriston, que foi presidente do Citibank entre 1967 e 1984, e são citadas no livro "Competindo em tempo real - Estratégias vencedoras
para a era do cliente nunca satisfeito", do consultor de empresas
americano Regis McKenna.
O objetivo central do livro é procurar mostrar como a rapidez do
acesso às informações, com a existência dos serviços em tempo real e
a expansão da Internet (rede mundial de computadores), afeta -e
vai afetar ainda mais- a rotina
das empresas.
A obra também mostra como
empresas, empresários e funcionários têm que se adaptar às mudanças e ao novo ritmo em que elas
ocorrem.
O ponto mais enfatizado por
McKenna é o impacto dessas mudanças sobre os consumidores.
A possibilidade de escolha, multiplicada de uma forma inédita, dá
poder ao consumidor, resume ele.
Eles se tornaram muito mais exigentes sobre a qualidade dos serviços e dos produtos.
Mesmo para o leitor menos preocupado com essas questões específicas sobre o mundo empresarial, o
livro pode interessar por levantar
pontos de discussão mais amplos
sobre a globalização das comunicações e a instantaneidade das informações.
Mesmo que trate de forma superficial desses pontos, fica pelo menos a proposta de reflexão a respeito de teses importantes como a
abordada pelo ex-presidente do
Citibank sobre o "padrão da informação".
A edição da Editora Campus traz
um bônus extra, um prefácio escrito para os leitores no país.
O bônus revela a preocupação
em até citar um "case" brasileiro,
em que um executivo da Amil, Edson Bueno (hoje presidente do
grupo), explica por que levou mais
de cem gerentes da empresa para
uma apresentação dos três grandes
tenores (Pavarotti, Carreras e Domingo) em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Ele queria que seus funcionários
sentissem o que seria "classe mundial", de modo que estivessem preparados para oferecer aos clientes
serviços "classe mundial".
O livro também traz uma seleção
de sites na Internet, das empresas
citadas e outros que podem ajudar
o leitor interessado a se aprofundar no tema.
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