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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Saldo comercial da indústria retrocede sete anos, diz Iedi
A redução do superávit comercial do país de US$ 46,3 bilhões em 2006 para US$ 40 bilhões no ano passado, uma diferença de US$ 6 bilhões, não
chamou muita atenção.
Se essa redução não impressionou muito, o mesmo não deveria acontecer com o saldo comercial da indústria. A queda
foi significativa. De um resultado positivo de US$ 5,9 bilhões,
o saldo comercial da indústria
caiu para um déficit de US$ 7,8
bilhões, uma diferença de US$
13,7 bilhões em apenas um ano.
Trata-se da maior mudança
dos últimos dez anos, segundo
Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto
para o Desenvolvimento Industrial) e autor do estudo.
Se a comparação for feita
com 2005, a diferença se amplia para US$ 17,7 bilhões. Em
2005, o superávit foi de US$ 9,9
bilhões.
De acordo com o trabalho do
Iedi, com essa reversão do resultado comercial da indústria,
o déficit do ano passado praticamente volta para o ano de
2000, ou seja, ao período anterior da rodada de desvalorizações cambiais (de 2001/2002).
Em 2000, a indústria registrou
um déficit comercial de US$ 8,7
bilhões.
Assim, segundo o Iedi, tudo o
que foi construído em sete anos
foi praticamente anulado em
apenas um ano. Se for mantida
essa tendência, Gomes de Almeida diz que o país logo estará
enfrentando bases semelhantes aos anos da aguda restrição
do período pré-desvalorização
cambial de 1999. O déficit de
1998, por exemplo, atingiu US$
16,6 bilhões.
Caso não mude essa tendência, a única chance de não repetir a vulnerabilidade externa do
passado é se o saldo em produtos primários continuar na
mesma trajetória que vem tendo nos últimos anos, motivado
principalmente pelo crescimento da economia mundial,
em especial pela forte expansão
da China.
O problema é que, diante da
crise internacional, esse quadro tão favorável não é mais tão
líquido e certo.
"Não é recomendável jogar
todas as fichas em uma única
cartada, não é recomendável
nem é a tradição brasileira", diz
o economista do Iedi.
NOVA DIREÇÃO
A Jaguar, no Brasil, abre 2008 com duas novidades que
podem mudar sua estrutura nacional. A primeira delas é a
nova direção, comandada por Franco Fodor, que acumula o
cargo de diretor da Land Rover para América Latina e Caribe e diretor-geral da Jaguar para Brasil, América Latina e
Caribe. A segunda é o lançamento do modelo esportivo XF,
apontado por Fodor como o "grande produto" da marca para o ano. "Sem dúvida nenhuma é o nosso grande lançamento depois do XK em 2006", diz o executivo, que pretende,
neste ano, consolidar a imagem da marca no país. "O Brasil,
se não for o principal, é um dos maiores mercados da América Latina com potencial de crescimento."
Empresa gaúcha faz aplicação de "plástico vegetal"
A gaúcha Formax Quimiplan acaba de formalizar o
processo de aplicação prática de poliuretanos termoplásticos desenvolvidos com
base orgânica em substituição ao petróleo.
O produto, batizado de
Thermogreen, será usado
em uma linha de contrafortes e couraças, peças internas que estruturam os sapatos. "É a era do biodiesel
chegando à indústria calçadista", diz Flávio Faustini,
diretor da empresa, que investiu, em 2007, R$ 4 milhões em pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Os componentes, feitos a
partir de soja, milho, mamona e girassol, chegam ao
mercado com preço similar
ao dos petroquímicos.
OLHOS FECHADOS
O restaurateur Charlô Whately, que, seguindo a tendência lançada em Nova York, realiza, a partir de 15 de fevereiro, uma série de jantares às escuras; o projeto, criado pela Johnnie Walker Black Label, faz parte da plataforma da bebida batizada de "Unseen" (não visto, em inglês); todos os clientes serão vendados na chegada e farão uma degustação do uísque e jantarão sem enxergar nada
ÀS COMPRAS
As operações de financiamento de investimentos para
as micro e pequenas empresas
no Banco do Brasil superaram a
marca dos R$ 6,2 bilhões no final da primeira quinzena deste
ano. Desse total, 76,5% corresponderam às operações do Proger Urbano Empresarial, Cartão BNDES e Finame. Os recursos foram utilizados para as
compras de máquinas, equipamentos, utilitários e também
para a construção ou reforma
de instalações.
AMBIENTAL
O GBC Brasil, braço nacional da ONG World Green
Building Council, entidade
responsável por certificações de empreendimentos
imobiliários, assinou em
Nova York acordo de cooperação com a Ashrae (Sociedade Americana de Engenheiros para Aquecimento,
Refrigeração e Ar-Condicionado). O objetivo é consolidar no Brasil tecnologia de
eficiência energética e qualidade ambiental.
OLHO NO LANCE
A grife esportiva Lotto fechou contrato de patrocínio
com mais dois clubes brasileiros, o Goiás e o Bahia.
Com isso, são cinco times
apoiados pela marca italiana, que chegou ao Brasil há
nove meses. Os outros são
Atlético-MG, Coritiba e
Sport. A expectativa é investir pelo menos 10% do faturamento em 2008 no mercado de futebol, com patrocínio a clubes e atletas. O tênis
é a próxima investida da
Lotto no Brasil.
SOM
Em 2007, os downloads
de música representaram
67% das vendas dos conteúdos disponíveis nos celulares Claro. "Eu Sei", da banda
Papas da Língua, foi o mais
baixado pelos clientes.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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