São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Saldo comercial da indústria retrocede sete anos, diz Iedi

A redução do superávit comercial do país de US$ 46,3 bilhões em 2006 para US$ 40 bilhões no ano passado, uma diferença de US$ 6 bilhões, não chamou muita atenção.
Se essa redução não impressionou muito, o mesmo não deveria acontecer com o saldo comercial da indústria. A queda foi significativa. De um resultado positivo de US$ 5,9 bilhões, o saldo comercial da indústria caiu para um déficit de US$ 7,8 bilhões, uma diferença de US$ 13,7 bilhões em apenas um ano.
Trata-se da maior mudança dos últimos dez anos, segundo Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto para o Desenvolvimento Industrial) e autor do estudo.
Se a comparação for feita com 2005, a diferença se amplia para US$ 17,7 bilhões. Em 2005, o superávit foi de US$ 9,9 bilhões.
De acordo com o trabalho do Iedi, com essa reversão do resultado comercial da indústria, o déficit do ano passado praticamente volta para o ano de 2000, ou seja, ao período anterior da rodada de desvalorizações cambiais (de 2001/2002). Em 2000, a indústria registrou um déficit comercial de US$ 8,7 bilhões.
Assim, segundo o Iedi, tudo o que foi construído em sete anos foi praticamente anulado em apenas um ano. Se for mantida essa tendência, Gomes de Almeida diz que o país logo estará enfrentando bases semelhantes aos anos da aguda restrição do período pré-desvalorização cambial de 1999. O déficit de 1998, por exemplo, atingiu US$ 16,6 bilhões.
Caso não mude essa tendência, a única chance de não repetir a vulnerabilidade externa do passado é se o saldo em produtos primários continuar na mesma trajetória que vem tendo nos últimos anos, motivado principalmente pelo crescimento da economia mundial, em especial pela forte expansão da China.
O problema é que, diante da crise internacional, esse quadro tão favorável não é mais tão líquido e certo.
"Não é recomendável jogar todas as fichas em uma única cartada, não é recomendável nem é a tradição brasileira", diz o economista do Iedi.

NOVA DIREÇÃO

A Jaguar, no Brasil, abre 2008 com duas novidades que podem mudar sua estrutura nacional. A primeira delas é a nova direção, comandada por Franco Fodor, que acumula o cargo de diretor da Land Rover para América Latina e Caribe e diretor-geral da Jaguar para Brasil, América Latina e Caribe. A segunda é o lançamento do modelo esportivo XF, apontado por Fodor como o "grande produto" da marca para o ano. "Sem dúvida nenhuma é o nosso grande lançamento depois do XK em 2006", diz o executivo, que pretende, neste ano, consolidar a imagem da marca no país. "O Brasil, se não for o principal, é um dos maiores mercados da América Latina com potencial de crescimento."

Empresa gaúcha faz aplicação de "plástico vegetal"

A gaúcha Formax Quimiplan acaba de formalizar o processo de aplicação prática de poliuretanos termoplásticos desenvolvidos com base orgânica em substituição ao petróleo.
O produto, batizado de Thermogreen, será usado em uma linha de contrafortes e couraças, peças internas que estruturam os sapatos. "É a era do biodiesel chegando à indústria calçadista", diz Flávio Faustini, diretor da empresa, que investiu, em 2007, R$ 4 milhões em pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Os componentes, feitos a partir de soja, milho, mamona e girassol, chegam ao mercado com preço similar ao dos petroquímicos.

OLHOS FECHADOS
O restaurateur Charlô Whately, que, seguindo a tendência lançada em Nova York, realiza, a partir de 15 de fevereiro, uma série de jantares às escuras; o projeto, criado pela Johnnie Walker Black Label, faz parte da plataforma da bebida batizada de "Unseen" (não visto, em inglês); todos os clientes serão vendados na chegada e farão uma degustação do uísque e jantarão sem enxergar nada

ÀS COMPRAS
As operações de financiamento de investimentos para as micro e pequenas empresas no Banco do Brasil superaram a marca dos R$ 6,2 bilhões no final da primeira quinzena deste ano. Desse total, 76,5% corresponderam às operações do Proger Urbano Empresarial, Cartão BNDES e Finame. Os recursos foram utilizados para as compras de máquinas, equipamentos, utilitários e também para a construção ou reforma de instalações.

AMBIENTAL
O GBC Brasil, braço nacional da ONG World Green Building Council, entidade responsável por certificações de empreendimentos imobiliários, assinou em Nova York acordo de cooperação com a Ashrae (Sociedade Americana de Engenheiros para Aquecimento, Refrigeração e Ar-Condicionado). O objetivo é consolidar no Brasil tecnologia de eficiência energética e qualidade ambiental.

OLHO NO LANCE
A grife esportiva Lotto fechou contrato de patrocínio com mais dois clubes brasileiros, o Goiás e o Bahia. Com isso, são cinco times apoiados pela marca italiana, que chegou ao Brasil há nove meses. Os outros são Atlético-MG, Coritiba e Sport. A expectativa é investir pelo menos 10% do faturamento em 2008 no mercado de futebol, com patrocínio a clubes e atletas. O tênis é a próxima investida da Lotto no Brasil.

SOM
Em 2007, os downloads de música representaram 67% das vendas dos conteúdos disponíveis nos celulares Claro. "Eu Sei", da banda Papas da Língua, foi o mais baixado pelos clientes.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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