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Existe dúvida sobre "crise latina" nos EUA
DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
Lawrence Summers, o
ex-secretário norte-americano do Tesouro, foi didático como professor de
Harvard ao explicar ontem a diferença entre as
crises dos anos 90 nos
mercados emergentes
(Brasil inclusive) e a crise
americana de 2007/08.
"Nos países emergentes,
aconteceu uma crise de
desconfiança externa. Nos
EUA, a crise está sendo
provocada pelo estouro de
uma bolha interna."
Todo esse didatismo
não bastou para dissipar
as dúvidas sobre a irônica
hipótese de os Estados
Unidos acabarem sofrendo uma crise semelhante à
dos emergentes.
Dúvida, de resto, diretamente manifestada por
um dos assistentes do debate de ontem sobre o panorama econômico para
este ano.
Há possibilidade de a
crise levar a uma desconfiança externa que faça
derreter o dólar, como
derreteu, por exemplo, o
real em 1999?
"O perigo existe", admitiu Summers. Mas acrescentou que uma adequada
dosagem de estímulo fiscal (gastos do governo) resolverá o problema. Não
deixa de ser irônico que,
nas crises na América Latina, os governos eram duramente criticados pelos
americanos, Summers inclusive, exatamente pelo
suposto (ou real) excesso
de gastos governamentais.
Já John Thain, executivo-chefe da Merrill Lynch,
descarta a hipótese, por
dois motivos: primeiro,
porque "as instituições financeiras foram muito
agressivas em assumir
suas perdas e em buscar
recapitalização". Depois,
porque está havendo grande interesse em investir
nos EUA, inclusive de parte dos chamados fundos
soberanos (governamentais) de outros países.
"É um grande voto de
confiança nos Estados
Unidos", acredita Thain.
(CR)
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