São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Pfizer compra rival por US$ 68 bi e faz cortes

DA REDAÇÃO

A Pfizer, a maior companhia farmacêutica mundial, tornou-se ainda maior com a aquisição anunciada ontem da Wyeth por US$ 68 bilhões, no maior negócio do setor desde 2000.
Mas o negócio em que a Pfizer oferece US$ 50,19 por ação da Wyeth (14,75% mais do que elas valiam na sexta-feira) também será seguido por demissões. A Pfizer, que anunciou uma queda de 90% em seu lucro no quarto trimestre do ano passado, pretende cortar 10% da sua força de trabalho: cerca de 8.000 funcionários. Com a concretização do negócio, que deverá ser finalizado no segundo ou no terceiro trimestre, cinco fábricas serão fechadas e pelo menos mais 11 mil vagas serão eliminadas (o site da CNNMoney afirma que mais 18 mil cortes serão realizados nessa segunda fase).
A aquisição dá à Pfizer acesso ao antidepressivo Effexor e à vacina de combate à pneumonia Prevnar, elevando as vendas anuais da companhia em 46%, para cerca de US$ 70 bilhões. O negócio contribuirá para que a Pfizer neutralize os efeitos de parte dos US$ 12 bilhões em receita que começará a perder em 2011, quando o remédio de controle do colesterol Lipitor passará a enfrentar concorrência dos genéricos.
A aquisição também poderá estimular maior concentração no setor, assolado pela escassez de novos produtos por lançar e pelo crescente número de patentes em vésperas de expirar.
Mas, pelo menos em um primeiro momento, a aquisição -a maior do setor farmacêutico desde a compra da SmithKline Beecham pela Glaxo Wellcome, em 2000, em um negócio de US$ 76 bilhões-, não agradou aos acionistas. Os papéis da Pfizer recuaram ontem 10,32%, e os da Wyeth, 0,80%.
O negócio será ainda a maior fusão desde o acordo de US$ 70 bilhões entre as companhias de telefonia AT&T e BellSouth, realizado em 2006, e uma raridade em um momento de crise em todo o mundo. A Pfizer disse que pegará emprestados US$ 22,5 bilhões com um consórcio de bancos e que financiará o restante do acordo com dinheiro próprio e ações.


Com "The New York Times" e Bloomberg


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