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Petrobras investirá até 2020
US$ 111 bilhões no pré-sal
BNDES oferece à estatal crédito de US$ 10 bi para 2010
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Principal foco da Petrobras
nos próximos anos, o pré-sal
receberá investimentos de US$
111 bilhões até 2020, quando
serão produzidos 1,8 bilhão de
barris diários de petróleo na
nova e promissora fronteira exploratória do país -volume que
dobra a atual produção.
Em 2020, a Petrobras espera
produzir 3,9 bilhões de barris/
dia de petróleo no Brasil. Considerando também a extração
de gás e a produção internacional, a estimativa sobe para 5,7
milhões de barris/dia. Atualmente, a estatal produz 1,85 bilhão de barris/dia.
Até 2013, a estatal aplicará
US$ 28 bilhões no pré-sal. Desse total, US$ 18 bilhões vão para
a bacia de Santos, onde estão as
maiores reservas. Os outros
US$ 10 bilhões serão destinados à bacia do Espírito Santo.
Parte do dinheiro virá de
uma linha de crédito adicional
do BNDES anunciada ontem
pela Petrobras, que disponibilizaria US$ 10 bilhões para 2010.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o
novo plano estratégico viabiliza
os recursos necessários para
desenvolver a produção de petróleo no pré-sal.
Para dimensionar a importância das descobertas do pré-sal, Gabrielli ressaltou que a
Petrobras levou 45 anos para
chegar a uma produção de 1 milhão de barris/dia, marca que
será atingida no pré-sal em
2015 -ou seja, em apenas nove
anos, considerando a descoberta de Parati em 2006.
Se as reservas das três áreas
já delimitadas do pré-sal (Tupi,
Iara e Jubarte) já pudessem ser
contabilizadas, a Petrobras elevaria suas reservas dos atuais
14 bilhões de barris/dia para
até 28 bilhões de barris/dia.
O executivo disse, porém,
que os desafios do pré-sal "são
gigantescos" e demandarão novos modelos logísticos. Gabrielli mandou ainda um recado a
analistas de mercado, que, segundo ele, sempre superestimam as necessidades de investimentos no pré-sal. Com o
atual nível de preço do petróleo, diz, as reservas são viáveis.
Em seu plano de negócios, a
Petrobras usa como referência
a cotação do petróleo a US$ 37
o barril. Acima desse valor todos os projetos são viáveis. "Se
o preço ficar abaixo disso, temos duas opções: ou buscamos
mais recursos no mercado ou
postergamos os projetos."
Mas Gabrielli diz não trabalhar com nenhum dos dois cenários. A estatal acredita que o
petróleo vai oscilar entre US$
37 e US$ 60 o barril nos próximos anos, ficando mais próximo do piso neste ano e em
2010. Ele ressaltou ainda a importância de reduzir custos.
"Vamos endurecer nas negociações com os fornecedores.
Já cancelamos a licitação da P-61 e da P-63 e provavelmente
vamos cancelar licitações da refinaria Abreu e Lima [PE]."
Orçado em US$ 174,4 bilhões, o novo plano estratégico
da Petrobras incorporou um
aumento de custos de US$ 17
bilhões. "Mas não é só isso que
pretendemos cortar", ressalta.
Do total do plano, 35% são de
projetos ainda em fase de elaboração conceitual, nos quais é
mais fácil reduzir custos, segundo Gabrielli. O plano, diz,
não foi feito à luz da atual crise
econômica, mas visa dar sustentação aos negócios da companhia a longo prazo.
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