São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Petrobras investirá até 2020 US$ 111 bilhões no pré-sal

BNDES oferece à estatal crédito de US$ 10 bi para 2010

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Principal foco da Petrobras nos próximos anos, o pré-sal receberá investimentos de US$ 111 bilhões até 2020, quando serão produzidos 1,8 bilhão de barris diários de petróleo na nova e promissora fronteira exploratória do país -volume que dobra a atual produção.
Em 2020, a Petrobras espera produzir 3,9 bilhões de barris/ dia de petróleo no Brasil. Considerando também a extração de gás e a produção internacional, a estimativa sobe para 5,7 milhões de barris/dia. Atualmente, a estatal produz 1,85 bilhão de barris/dia.
Até 2013, a estatal aplicará US$ 28 bilhões no pré-sal. Desse total, US$ 18 bilhões vão para a bacia de Santos, onde estão as maiores reservas. Os outros US$ 10 bilhões serão destinados à bacia do Espírito Santo.
Parte do dinheiro virá de uma linha de crédito adicional do BNDES anunciada ontem pela Petrobras, que disponibilizaria US$ 10 bilhões para 2010.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o novo plano estratégico viabiliza os recursos necessários para desenvolver a produção de petróleo no pré-sal.
Para dimensionar a importância das descobertas do pré-sal, Gabrielli ressaltou que a Petrobras levou 45 anos para chegar a uma produção de 1 milhão de barris/dia, marca que será atingida no pré-sal em 2015 -ou seja, em apenas nove anos, considerando a descoberta de Parati em 2006.
Se as reservas das três áreas já delimitadas do pré-sal (Tupi, Iara e Jubarte) já pudessem ser contabilizadas, a Petrobras elevaria suas reservas dos atuais 14 bilhões de barris/dia para até 28 bilhões de barris/dia.
O executivo disse, porém, que os desafios do pré-sal "são gigantescos" e demandarão novos modelos logísticos. Gabrielli mandou ainda um recado a analistas de mercado, que, segundo ele, sempre superestimam as necessidades de investimentos no pré-sal. Com o atual nível de preço do petróleo, diz, as reservas são viáveis.
Em seu plano de negócios, a Petrobras usa como referência a cotação do petróleo a US$ 37 o barril. Acima desse valor todos os projetos são viáveis. "Se o preço ficar abaixo disso, temos duas opções: ou buscamos mais recursos no mercado ou postergamos os projetos."
Mas Gabrielli diz não trabalhar com nenhum dos dois cenários. A estatal acredita que o petróleo vai oscilar entre US$ 37 e US$ 60 o barril nos próximos anos, ficando mais próximo do piso neste ano e em 2010. Ele ressaltou ainda a importância de reduzir custos.
"Vamos endurecer nas negociações com os fornecedores. Já cancelamos a licitação da P-61 e da P-63 e provavelmente vamos cancelar licitações da refinaria Abreu e Lima [PE]."
Orçado em US$ 174,4 bilhões, o novo plano estratégico da Petrobras incorporou um aumento de custos de US$ 17 bilhões. "Mas não é só isso que pretendemos cortar", ressalta.
Do total do plano, 35% são de projetos ainda em fase de elaboração conceitual, nos quais é mais fácil reduzir custos, segundo Gabrielli. O plano, diz, não foi feito à luz da atual crise econômica, mas visa dar sustentação aos negócios da companhia a longo prazo.


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