São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2000


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Exportador está confiante, revela pesquisa

da Sucursal de Brasília

Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) com 14 associações empresariais aponta otimismo com relação ao desempenho das exportações neste ano. No conjunto, a estimativa é que esses setores aumentem em 12,5% seus embarques, em comparação com os de 1999.
Apenas as entidades representativas dos fabricantes de suco de laranja e de produtos químicos estimaram estabilização nos embarques, comparado com os do ano passado. As demais prevêem aumento, principalmente as dos setores têxteis, de papel e celulose, de calçados e de autopeças.
Em 1999, essas 14 associações responderam por um total de US$ 29,060 bilhões em exportações, cifra que correspondeu a 60,5% do total dos embarques do país ao exterior. Neste ano, a previsão é que esse montante vá a US$ 32,685 bilhões.
A pesquisa da CNI foi concluída no início de fevereiro. Consulta anterior com 477 empresas exportadoras, realizada no último trimestre do ano passado, também apontou otimismo. A metade delas estimou aumento em seus embarques. Apenas 10% delas previram diminuição de suas exportações.
No caso da última pesquisa, dez associações indicaram que a recuperação das exportações vem ocorrendo preferencialmente por meio da retomada de negócios com antigos clientes -fator decorrente da recuperação da economia de tradicionais mercados de produtos brasileiros.
O êxito na busca de novos clientes também foi o caminho para o aumento de embarques de sete setores.
A maioria das associações não aposta na recuperação dos preços internacionais -uma das causas da queda de 6% das exportações, em valores, no ano passado e também do fraco desempenho de janeiro deste ano. Desses setores, 64% previram estabilização dos preços internacionais de seus produtos.
Somente as associações que representam os setores de frangos, de complexo soja, de papel e celulose e de siderúrgicos esperam aumento nos preços.
Além dessas associações, foram ouvidos os seguintes setores: automóveis, produtos químicos, máquinas e equipamentos, autopeças, eletroeletrônicos, calçados, suco de laranja, têxteis, carne bovina industrializada e brinquedos.

Retração mundial
Na opinião de economistas da CNI, as exportações não geraram maior receita em dólares no ano passado -pelo contrário, houve queda- porque a desvalorização do real coincidiu com uma ainda fase ruim da economia mundial.
As quantidades exportadas cresceram, principalmente nos últimos meses de 99, mas os preços caíram, principalmente os das commodities. Aos poucos, eles se recuperam.
No caso dos manufaturados, a própria máxi levou a uma queda de preços em dólar, fruto da barganha com os importadores, pois a receita em reais dos exportadores cresceu.




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