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ORIGEM
C-Bond também se recupera
Risco Brasil retorna ao patamar pré-eleitoral
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
O risco-país e o C-Bond, principal título da dívida pública brasileira transacionado no exterior,
voltaram ao mesmo nível de junho do ano passado, quando começou a crise pré-eleitoral que
durou praticamente todo o segundo semestre de 2002. Ontem,
o C-Bond fechou sendo transacionado a US$ 0,7356, o maior valor desde o dia 3 de junho. O risco-país, medido pelo JP Morgan,
fechou a 1.220 pontos, o nível
mais baixo desde 11 de junho.
A valorização dos títulos da dívida brasileira tem sido gradual
desde o início de dezembro,
quando houve uma recuperação
geral da confiança no país, principalmente com relação à capacidade de honrar suas dívidas.
"A recuperação, que se acentuou agora, provém do entendimento das políticas econômicas
do país. A melhora começou desde que ficou claro que a política
macroeconômica não mudaria",
disse Alexandre Schwartsman,
economista-chefe do Unibanco.
Schwartsman ressalta que o aumento da percepção externa
quanto à vontade política de implantar as reformas, especialmente a previdenciária, colabora para
essa redução do risco.
"Apesar do cenário externo, o
C-Bond está se mantendo valorizado e não está obedecendo os
mesmos fundamentos que têm
feito o dólar e a bolsa oscilarem",
disse Christiani Reinaldim, analista-chefe da GlobalInvest.
Para ela, com o agravamento da
crise do Iraque, houve uma diminuição da procura por investimentos de alto risco -como
ações de empresas- e uma consequente realocação para investimentos considerados mais seguros, como os títulos do governo.
Christiani relembra que a crise
da Argentina e a campanha eleitoral fizeram o risco subir a um
ritmo muito acelerado. "Agora ele
está voltando a um patamar mais
real". Mas ela relembra que o
atual valor está ainda muito abaixo dos 300 pontos mencionados
por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, como
uma das metas da sua gestão.
"A taxa está em queda porque o
país tem bons fundamentos. Mas
para o risco cair abaixo dos mil
pontos é preciso que o cenário externo melhore e que as taxas de
juros e a inflação se estabilizem",
diz Christiani.
Um estudo da GlobalInvest demonstra que a crise dos últimos
meses teve impacto maior no preço dos títulos do Brasil do que nos
da Rússia e do México, que permaneceram praticamente inalterados. Segundo ele, taxas de juros
e de desemprego menores e crescimento maior do PIB fazem com
que os investidores fiquem com
os títulos desses países em carteira, mesmo em momentos de
maior tensão no mercado.
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