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Riscos de estagflação e queda na confiança dos consumidores preocupam nos EUA
DA REDAÇÃO
Os novos dados sobre a economia dos EUA, especialmente
o de inflação, aumentaram
mais uma vez as preocupações
com o país, que pode estar rumando para um período de recessão. Os indicadores divulgados ontem devem ter grande
importância na reunião do Fed
(Federal Reserve, o banco central americano) em março.
O índice de preço ao atacado
(PPI, na sigla em inglês) teve alta de 1% em janeiro, puxado especialmente pelos aumentos
dos alimentos (que tiveram o
maior avanço em três anos) e
da energia. No acumulado de 12
meses, a inflação ao atacadista
chegou a 7,4%, a maior alta desde 1981, quando o país enfrentava um período de recessão.
Mesmo excluindo os preços de
alimentos e energia (considerados mais voláteis), o avanço
no mês passado foi de 0,4%.
O dado de inflação elevou os
temores de estagflação (inflação alta e baixo crescimento).
Na semana passada, foi divulgado o CPI (inflação ao consumidor), que apontou alta de
0,4% no mês passado. Nos 12
meses encerrados em janeiro, o
índice subiu 4,3% -muito acima da meta do Fed, que é de inflação de até 2%.
O BC dos EUA, também na
última semana, reduziu em
0,50 ponto percentual a sua estimativa de crescimento do PIB
neste ano, para até 2%. Mas o
presidente George W. Bush
voltou a dizer que o país não entrará em recessão. "Nós não estamos em recessão, e eu não
acredito que entraremos em
recessão. Estamos em uma desaceleração, o que é diferente."
Apesar dos indicadores negativos, permanece a expectativa
de que o Fed cortará a taxa básica de juros na reunião de 18 de
março. Caso a baixa ocorra, a
dúvida é quão agressiva será a
redução. Um corte muito
agressivo em uma tentativa de
estimular a economia pode elevar as pressões inflacionárias e
tirar o poder de compra dos
consumidores. Porém, uma redução mais cautelosa pode ser
insuficiente para impedir que o
país entre em recessão.
Donald Kohn, o vice-presidente do BC americano, disse
ontem que não espera que as altas na inflação continuem e que
a desaceleração da economia é
a principal preocupação do
Fed. Segundo ele, a instituição
está preparada para fazer o que
for preciso "nesses tempos difíceis". O presidente do Fed, Ben
Bernanke, fala hoje ao Congresso dos EUA e pode sinalizar
que medidas serão tomadas.
E não foi só o índice de inflação que trouxe preocupações. A
confiança do consumidor caiu
neste mês para o seu menor nível desde março de 2003, no
início da Guerra do Iraque. Ele
caiu de 87,3 pontos, em janeiro,
para 75 pontos, segundo o instituto privado Conference
Board. E as expectativas para
os próximos seis meses tiveram
o seu pior resultado desde janeiro de 1991, quando o país
também estava envolvido em
conflito com o Iraque.
O dia também foi ruim para o
mercado imobiliário, epicentro
da crise americana. Os preços
das casas caíram 8,9% no quarto trimestre do ano passado em
relação ao mesmo período de
2006, segundo o indicador
S&P/Case-Shilller. Essa foi a
maior queda na história do indicador, criado há 20 anos. E os
pedidos de execuções hipotecárias aumentaram 57% em janeiro ante igual período de
2007, segundo o RealtyTrac.
"Os preços das casas por todo
o país e na maior parte das
áreas metropolitanas estão significativamente mais baixos do
que estavam um ano atrás", disse Robert Shiller, economista
da Universidade Yale e um dos
criadores do índice. "Onde quer
que você olhe, as coisas parecem desanimadoras."
Com agências internacionais
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