TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O banco espanhol Santander decidiu trocar a sua cúpula no Brasil. Diferentemente do que normalmente acontece em aquisições, quando o comprador nomeia um executivo de seus quadros para a instituição adquirida, o Santander fez o contrário. Trouxe Fábio Colletti Barbosa, 52, presidente do Banco Real, comprado no ano passado, para comandar todas as operações no Brasil, país considerado estratégico pela expansão do crédito.
Barbosa, que também preside a Febraban, será o primeiro brasileiro à frente do grupo espanhol no país, mas só deverá assumir o posto quando o Real for desmembrado do grupo holandês ABN Amro. O grupo é administrado hoje pelo consórcio que tem a participação do belga-holandês Fortis e o escocês RBS. A expectativa é que a mudança ocorra no segundo semestre. Até lá, Barbosa deverá seguir no Real.
Já o colombiano Gabriel Jaramillo deixa a presidência do Santander imediatamente e deverá se tornar assessor especial de Emilio Botín, presidente mundial do grupo. Jaramillo foi o executivo que comandou no Brasil a incorporação dos bancos Geral do Comércio, Noroeste, Bozano e Banespa.
No lugar de Jaramillo, ficará interinamente José Paiva, atual vice-presidente de Produtos e Marketing, executivo da linha de frente e porta-voz institucional do banco.
A indicação foi recebida com entusiasmo pelos funcionários do Real, que viram uma disposição do grupo espanhol em valorizar as áreas de sustentabilidade socioambiental.
"É uma mudança que mexe mais com os brios e as vaidades no Santander do que no ABN. A presença do Fábio Barbosa pode reter executivos que estavam de saída do Real. Para os sindicalistas, gera a expectativa de abrir negociações", disse Gutemberg Oliveira, da Federação dos Bancários da CUT.


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