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Passagem aérea à América do Sul pode cair com tarifa livre
Liberdade tarifária começa parcialmente no sábado e será plena em outubro
Anac afirma ainda que pode adotar fim de restrições tarifárias também para a Europa no segundo semestre deste ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A partir de sábado, as empresas aéreas poderão praticar
descontos progressivamente
maiores nas passagens internacionais com destinos na América do Sul. A liberdade tarifária
na região estará em pleno vigor
a partir de setembro, a exemplo
do que já acontece em trechos
domésticos.
A liberdade de fixar preços já
existe para trechos domésticos,
o que permite promoções
agressivas das empresas. Mas,
para vôos internacionais, os
descontos eram limitados a
30% acima do valor de referência da Iata (associação internacional das empresas).
A medida foi anunciada ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que pretende preparar resolução liberando os preços de vôos para a
Europa até o fim do ano. Não há
informação ainda sobre quando e de que forma serão liberados os preços nessa região, que
recebe cerca de 40% dos vôos
internacionais. Não há previsão para aplicar a mesma regra
a vôos para outras regiões.
Segundo o diretor Ronaldo
Serôa, o processo de incentivo à
competitividade começou com
a América do Sul (30% dos vôos
internacionais) porque as empresas brasileiras têm "posição
de dominância", o que seria
uma "experiência mais controlada, com menos riscos".
A meta da Anac é elevar a demanda interna, mas há também a expectativa de que ocorra uma "diferenciação de produto" -empresas ofereçam
vôos mais baratos modificando
a qualidade do serviço, dentro
dos padrões de segurança.
Tarifas declinantes
Porém, não há previsão precisa de qual será o impacto no
mercado nem estimativa da
queda média nos preços das
passagens internacionais na
América do Sul. "Nossa expectativa é uma tendência declinante das tarifas", disse Serôa.
Começando no sábado, serão
liberados descontos de até
50%. Em julho, os descontos
poderão ser de até 80%. A liberdade tarifária estará em pleno
vigor a partir de 1º de setembro.
A liberação vale para empresas nacionais e internacionais
que vendam passagens com os
destinos: Argentina, Uruguai,
Chile, Paraguai, Bolívia, Peru,
Equador, Colômbia, Venezuela, Guianas e Suriname.
Segundo o vice-presidente de
Marketing da Gol, Tarcísio
Gargoni, a política de liberação
dos preços está alinhada com a
política de sua empresa de popularização do transporte aéreo dentro do modelo de baixo-custo. "Isso vai beneficiar principalmente o passageiro brasileiro. Era difícil justificar por
que passagens compradas fora
eram mais baratas que passagens compradas aqui", disse.
Isto porque, na Argentina e
no Chile, já vigora essa liberação, o que cria distorções. Segundo a Anac, o bilhete de Buenos Aires a São Paulo pode custar US$ 205. Na rota oposta,
custaria no mínimo US$ 405.
Infra-estrutura
Segundo Serôa, o planejamento de infra-estrutura aeroportuária irá acompanhar a política de liberação de preços, e
isso não representará um gargalo.
Um dos problemas, ainda em
negociação pelo governo, são os
acordos bilaterais entre países
da região que limitam as frequências dos vôos. "No caso da
Argentina, temos que resolver
a curto prazo", disse Serôa.
A liberação de descontos
ocorre num momento de mercado aquecido, com recordes
de gastos de brasileiros em viagens ao exterior, com Argentina sendo o maior destino.
A assessoria de imprensa da
TAM foi procurada, mas não
respondeu até o fechamento
desta edição.
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