São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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OUTRO LADO

Indicações foram por competência, afirma executivo

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do conselho de administração da Bombril, Valmir Camilo, disse que fez indicações para cargos na empresa pelos critérios de competência e confiança usados pelo setor privado.
Disse que os sobrinhos foram contratados por competência, e negou que tenha sido responsável pela indicação da ex-mulher para gerente de benefícios de RH. Qualificou a contratação dela de "equívoco", e disse que foi ele quem pediu para que ela se demitisse.
Segundo Camilo, se a contratação dos sobrinhos for o único ponto negativo de sua administração na Bombril, ficará satisfeito. "Lá não tem roubalheira, nem sacanagem. Não vão me pegar fazendo acordos com compradores atacadistas, nem com bancos", declarou.
Segundo ele, o conselheiro da Anabb indicado para diretor de relações com instituições financeiras, Élcio Bueno, é funcionário aposentado do Banco do Brasil e dá cursos para formação de executivos.
Afirmou que quando assumiu a empresa, em 2004, ela estava com salários atrasados e com fábricas paradas, e que deveria ser julgado pelos resultados da administração.
A empresa informou que deve fechar 2005 com lucro. A estimativa não-oficial é de que o lucro seja de cerca de R$ 100 milhões, após sucessivos prejuízos nos anos anteriores.
O faturamento mensal chegou a R$ 80 milhões no final do ano passado, mas caiu no começo deste ano. Segundo a Bombril, a queda nas vendas é sazonal no início de ano.
Ele disse não acreditar que a guerra interna da Bombril respingue na eleição da Previ, por ele não representar o fundo de pensão no conselho de administração da companhia, e porque diz estar convencido de que a Previ ganhou com a valorização das ações.
Quanto ao fato de a corretora de seguros Mastercor ter patrocinado seu filho em disputas de kart, disse que é ele quem banca o filho nos esportes, e que a marca da corretora foi colocada no carro de corrida para atrair patrocinadores.
Afirmou ter indicado o ex-presidente do Banco Popular Ivan Guimarães para conselheiro da Bombril na tentativa de aproximar a empresa do BB e do BNDES, porque ela tem dificuldade para conseguir recursos bancários e continua na dependência de factorings (financiam empresas a taxas de juros superiores às da rede bancária). A estratégia, segundo ele, deu errado porque estourou o turbilhão das denúncias sobre o "valerioduto", "e ficou inviável caminhar naquela direção".
Em relação à contratação de Reinaldo Abud -casado com a irmã da ex-mulher- para secretário-executivo dos conselhos fiscal e deliberativo, disse que precisava de um advogado para conduzir as reuniões em São Paulo e que, por morar em Brasília, não tinha "círculo social" na capital paulista para obter a indicação de outro profissional de confiança. Alegou ainda que cunhado de ex-mulher não é parente.


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