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Para consumidor, prazo importa mais do que juros
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O prazo é mais importante
do que a taxa de juros na hora
de o consumidor optar por uma
compra financiada, segundo informam a Anefac (Associação
Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) e a ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
"Não é à toa que o consumidor sempre pergunta para o lojista em quantas vezes ele pode
pagar o produto, não qual é a taxa de juros. Ele quer saber se a
prestação cabe no orçamento
do mês", diz Miguel de Oliveira,
vice-presidente da Anefac.
O consumidor gosta de prazos mais longos, e as instituições financeiras têm hoje mais
interesse em esticá-los porque
têm mais confiança na estabilidade econômica e porque precisam elevar as vendas, já que
caiu a rentabilidade dos investimentos em títulos públicos,
na avaliação de Oliveira.
Em dezembro do ano passado, o prazo médio de financiamento de bens no país era de 18
meses, e o máximo, de 36 meses, segundo levantamento da
Anefac. Em 2005, o prazo médio era de 16 meses, e, o máximo, de 36 meses. Em 2004, esses prazos eram de 12 meses e
24 meses, respectivamente.
Para a aquisição de veículos,
os prazos médio, que, em 2005,
era de 28 meses, e o máximo, de
60 meses, subiram para 32 meses e 72 meses, respectivamente, em 2006. "Há potencial para
aumento do prazo e também de
crédito no país", diz.
O volume de financiamento
para a compra de bens vem subindo desde 2000. No ano passado, somou R$ 10,77 bilhões,
valor 5,38% maior do que o de
2005, segundo informa a Anefac com dados do Banco Central. O volume de empréstimo
para a compra de veículos foi de
R$ 63,47 bilhões em 2006,
25,2% maior do que o de 2005.
Apesar da expansão do crédito, Oliveira diz que o volume é
baixo em relação ao PIB brasileiro. "Significa cerca de 34%
do PIB [pela metodologia anterior do PIB], quando a média
internacional é de 100%. Não
tem problema esse percentual
crescer quando o país cresce."
Se não fosse o alongamento
dos prazos de financiamento,
as vendas estariam desacelerando, na avaliação de Emílio
Alfieri, economista da ACSP. "A
queda de juros é importante,
mas, hoje, o que puxa a venda a
crédito é o prazo mais longo."
De janeiro até a primeira
quinzena deste mês, as vendas
a prazo, medidas pelo número
de consultas ao SPC, subiram
4,6% na comparação com igual
período de 2006. O número de
consultas ao Usecheque, termômetro das vendas à vista,
cresceu 2,8% no período.
Com a expansão dos prazos
de financiamento, na avaliação
de Alfieri, e também a expectativa de redução das taxas de juros, a previsão da ACSP é que
esse percentual de 4,6% de alta
das vendas a prazo suba para
5% ao longo deste ano.
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