São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2007

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Alta na importação deixa saldo comercial 10% menor

Superávit da balança é de US$ 7,7 bilhões em 2007

ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O forte crescimento das importações já derruba em 10% o saldo da balança comercial em 2007. No ano, o superávit comercial é de US$ 7,722 bilhões, 10,6% menos que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 8,636 bilhões).
A redução do saldo não significa que o Brasil está vendendo menos ao exterior, pelo contrário. As exportações cresceram do início do ano até domingo 14%. Mas as importações estão crescendo com maior velocidade, de 25,4%, para US$ 30,9 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento.
A baixa cotação do dólar, que ontem fechou a R$ 2,062, explica esse desempenho. O câmbio nesse caso é favorável para a compra de produtos importados. Por outro lado, os produtos brasileiros, em tese, perdem competitividade no exterior.
Esse movimento ocorre desde 2006. Por esse motivo, a queda no saldo comercial era prevista por analistas e pelo próprio governo. A previsão do mercado é que o saldo fique positivo em US$ 39,6 bilhões.
A meta do ministério para este ano é exportar US$ 152 bilhões -não há uma meta para vendas. No ano passado, a balança registrou recorde, com saldo de US$ 46,077 bilhões.

Março
Os negócios fechados na última semana contribuíram para o atual resultado. Na quarta semana do mês (dias 19 a 25), o saldo ficou positivo em US$ 658 milhões, com exportações de US$ 2,980 bilhões e importações de US$ 2,322 bilhões. No acumulado de março, o saldo está em US$ 2,353 bilhões (vendas de US$ 9,835 bilhões e compras de US$ 7,482 bilhões).
A média diária das importações, que é o total negociado por dia útil, está em US$ 440,1 milhões, crescimento de 30,9% no mês na comparação com março do ano passado. Os gastos com adubos e fertilizantes (166,6%), cereais e produtos de moagem (77,5%) e produtos farmacêuticos (64,3%) foram os que mais cresceram.
Do lado das exportações, a média diária do mês é de US$ 578,5 milhões, aumento de 17,1% sobre o mesmo mês de 2006. O crescimento ocorreu nas três categorias de produtos.
O maior crescimento foi em produtos manufaturados, 19,2%, principalmente pelo aumento das vendas de álcool etílico, suco de laranja congelado, polímeros plásticos e motores e geradores. No caso dos básicos, que apresentaram uma elevação nas vendas de 16,4%, cobre, milho em grãos e carnes contribuíram para esse incremento.
As exportações de semimanufaturados acumulam alta de 12,5%, beneficiadas pelo aumento das vendas de cátodos de níquel e cobre e óleo de soja em bruto. No ano, a média diária das exportações está em US$ 542,1 milhões, 14% maior do que até a quarta semana de março de 2006. No caso das importações no ano, a média é de US$ 406,6 milhões.


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